Grande Futebol
Conte tem problemas de identidade e nacionalidade por resolver no Chelsea
2017-07-29 23:00:00
Conte tem apenas um jogador inglês no plantel e problemas em inscrever atletas na Premier League e Liga dos Campeões

As recentes saídas de John Terry (em final de contrato), de Nathaniel Chalobah (para o Watford por quase seis milhões de euros), de Solanke (para o Liverpool em final de contrato), bem como os empréstimos de Ruben Loftus-Cheek, Tammy Abraham, Izzy Brown ou Ola Aina deixaram Antonio Conte e o Chelsea com um problema em mãos. Sem que o futuro de Lewis Baker esteja ainda definido, por agora, o clube londrino tem apenas um inglês no seu plantel: Gary Cahill. Uma situação que será um problema para o clube na hora de inscrever jogadores, quer na Premier League, quer na Liga dos Campeões, competição à qual regressam esta temporada depois da conquista do título inglês na temporada passada. 

Antonio Conte e o Chelsea têm neste momento um problema de identidade e nacionalidade. Não surpreende, por isso, que o clube tenha sido associado ao concurso de nomes como Alex Oxlade-Chamberlain ou Ross Barkley. O Chelsea necessita urgentemente de tornar o seu plantel mais inglês de forma a cumprir com os requisitos de inscrição de jogadores nas competições em que participarão durante 2017/18. Na Premier League, os clubes são obrigados a inscrever oito jogadores formados em Inglaterra, enquanto que, na Liga dos Campeões, desses oito, quatro têm de ter sido formados no próprio clube. As opções por Oxlade-Chamberlain e Barkley surgem assim na equação numa altura em que ambos os jogadores entram nos últimos meses de contrato com Arsenal e Everton, respetivamente.  

A menos que Antonio Conte recorra à sua academia (e alguns dos melhores jogadores oriundos da mesma saíram entretanto do clube) e resolva a questão em casa, o Chelsea irá necessitar ingressar no mercado para conseguir cumprir com as regras de inscrição de jogadores quer na Premier League, quer na Liga dos Campeões. A menos que Antonio Conte inove e surpreenda, apenas cinco jogadores do atual plantel principal do Chelsea cumprem com os requisitos de inscrição na Premier League: Gary Cahill, Victor Moses, Cesc Fabregas, Andreas Christensen e Charly Musonda. A questão é ainda mais problemática em relação à Liga dos Campeões. Se quatro dos oito jogadores formados no país têm de ser, igualmente, formados no clube, então o mais provável é o Chelsea e Antonio Conte verem-se obrigados a usar quatro das vinte e cinco vagas em jovens jogadores sem experiência europeia deixando de fora das competições europeias alguns dos elementos da equipa principal do clube. Algo que, naturalmente, reduz a capacidade do Chelsea em ser verdadeiramente competitivo a nível europeu e a capacidade do clube em assumir uma luta real pela conquista da competição.

Na edição de hoje do Telegraph, escreveu-se que Conte desespera por reforços de forma a evitar que situações como as de José Mourinho ou Claudio Ranieri se repitam para o seu lado. Recorde-se que, meses após terem vencido o título inglês, ambos os técnicos acabaram despedidos devido aos maus resultados. Segundo o diário inglês, Antonio Conte acredita que a competitividade do clube está em causa caso o Chelsea não contrate quatro ou cinco novos jogadores. As declarações são do próprio Conte: "Sabemos que a próxima temporada será muito dura e queremos evitar o que se sucedeu durante a última defesa do título do clube há duas épocas", referiu o técnico italiano. "Estamos a trabalhar muito bem e esperamos encontrar a melhor solução para o futuro. Temos imensos jovens jogadores e se for necessário teremos de tentar jogar com eles", acrescentou ainda o técnico italiano que há alguns dias rebateu as críticas relativas às poucas oportunidades concedidas ao jovens jogadores do clube com o facto de serem atletas inexperientes. Conte comparou a experiência competitiva de Bakayoko e Chalobah de forma a ilustrar a sua ideia, rematando a crítica com o facto de Bakayoko já ter mais de cem jogos de primeira equipa e ter jogado, até, a Liga dos Campeões. 

A estreia oficial do Chelsea está a apenas uma semana de distância. Domingo, o campeão inglês enfrentará o Arsenal na supertaça inglesa e a janela para integrar reforços na equipa em tempo útil começa a fechar. Ainda para mais, numa altura em que se especula que tanto Diego Costa como Nemanja Matic irão ainda sair do clube de Stamford Bridge. O problema do Chelsea é, por isso, não só competitivo como de identidade, poucos anos após nomes como Joe Cole, Ashley Cole, John Terry, Gary Cahill ou Frank Lampard terem sido parte integrante do regresso do clube ao topo do futebol do país. Ontem, ao Mirror, Izzy Brown, de saída para Huddersfield, voltou a reiterar o quão difícil é para um jovem jogador integrar a primeira equipa do Chelsea. A verdade, é que caso Conte e Abramovich não arranjem uma solução rápida até ao final do mês, integrar jovens jogadores é tudo o que resta ao técnico italiano. Sabendo, porém, que muitas das maiores jovens promessas do clube, abandonaram-no entretanto.