Grande Futebol
Buffon recua na decisão e está de volta para "agregar" Itália
2018-03-19 17:30:00
Mítico guarda-redes italiano quer fazer parte do futuro. Pelo país e por Davide Astori

Para gaúdio de quem gosta de futebol Gianluigi Buffon recuou na decisão de abandonar a seleção, falou com Luigi Di Biagio, o treinador interino, e está de volta junto dos maiores de Itália. Pelo país e por Davide Astori, o capitão da Fiorentina e antigo internacional transalpino que faleceu recentemente para consternação de tudo e todos. É neste contexto, que o veterano guarda-redes da Juventus integra a lista de convocados para os jogos de caráter particular diante da Argentina, a ter lugar na sexta-feira no Etihad Stadium, e da Inglaterra, na segunda-feira em Wembley.

Aos 40 anos, feitos no dia 28 de janeiro, Buffon não quer ser passado. Quer ser futuro, o mesmo é dizer, quer ser o agregador de um país devastado pela morte de Astori e pela ausência da seleção do Campeonato do Mundo na sequência da eliminação no "play-off" frente à Suécia, algo que não sucedia há 60 anos. "Sempre fui um agregador da seleção nacional, gostaria que a minha presença fosse encarada dessa maneira agora, e não de outra, porque não é minha intenção", explicou o guardião de Itália, em entrevista publicada em "La Gazzetta dello Sport", sublinhando: "Estou aqui porque sou uma pessoa coerente com tudo o que sempre disse e por noção de responsabilidade. Isso é motivo suficiente".

A outra razão para Buffon mudar de ideias relativamente à retirada da seleção tem a ver com a perda de um amigo de longa data. "O Davide Astori é outra razão pela qual estou aqui. Queria estar presente e responder à convocatória", referiu o guarda-redes, recordando o defesa de 31 anos, encontrado morto num quarto de hotel onde estagiava antes do jogo da Fiorentina com a Udinese.

Astori estreou-se na seleção italiana em 2011 e representou o conjunto nacional por mais 13 vezes. Alinhando na posição de defesa, fez mesmo assim um golo ao serviço de Itália. Em jogo contra o Uruguai, para definir o terceiro lugar na fase final da Taça das Confederações no Brasil, em 2013, Astori e Dimanti marcaram para os transalpinos, enquanto Cavani fazia os dois golos dos sul-americanos. O jogo acabaria decidido na marca de grandes penalidades tendo Buffon brilhado a grande altura. Defendeu três remates e a Itália saiu vencedora do desempate garantindo, assim, um lugar no pódio.

Gianluifi Buffon foi um dos primeiros a reagir à morte do colega de seleção, através de uma emotiva mensagem, ele que até nem costuma ser presença assídua nas redes sociais. "Querido Asto, raramente publico o que penso acerca das pessoas, porque sempre acreditei que a beleza das relações, o respeito mútuo e o afeto, não deviam ser explorados nem usados por pessoas que não têm a delicadeza de respeitar tais ligações. No teu caso, estou a abrir uma exceção à regra, porque tens uma esposa jovem e entes queridos que estão a sofrer, mas especialmente uma filha pequena. A tua filha merece saber que o pai era, em todos os aspetos, uma pessoa perfeita. Uma pessoa perfeita que era a imagem dos valores de um mundo passado, que valorizava o altruísmo, a elegância, a educação e o respeito pelos outros. Parabéns, Asto, foste uma das melhores figuras que encontrei no desporto. Descansa em paz."

Tetracampeão mundial pela "Azzurra", ao conquistar o Campeonato do Mundo de 2006, Buffon (na foto a comemorar o título) soma 175 jogos pela seleção. Começou a participação em Mundiais no da Coreia do Sul e Japão, disputado em 2002. Seguiu-se o Euro 2004, em Portugal, o Mundial da Alemanha (2006), o Euro 2008 (Áustria e Suíça), a Taça das Confederações (2009), o Mundial da África do Sul (2010), o Euro 2012 (Polónia e Ucrânia), a Taça das Confederações (2013), o Mundial do Brasil (2014) e o Euro 2016, em França.

A nível de clubes, o camisola 1 italiano só representou duas equipas, o Parma e a Juventus, somando quase 900 jogos no campeonato transalpino. Ao serviço do Parma, conquistou uma Taça UEFA, uma Taça e uma Supertaça de Itália. Pela Juventus, foi campeão por oito vezes, conquistou uma série B, em 2006/07, cinco Supertaças italianas, três Taças de Itália e uma Liga Europa. Na seleção, além do Mundial de 206, sagrou-se vencedor do Campeonato da Europa de sub-21, em 1996. 

 

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