Chegou a Wolverhampton no dia 1 de agosto e três meses bastaram para encantar não só os adeptos como a imprensa britânica com o perfume do seu futebol. Léo Bonatini foi eleito esta quarta-feira o melhor jogador do Championship, segundo escalão de Inglaterra, recolhendo as preferências de 56 por cento dos utilizadores que votaram na sondagem levada a efeito pela Associação de Futebolistas Profissionais de Inglaterra (PFA).

Cedido por empréstimo pelos sauditas do Al-Hilal ao Wolves, orientado pelo ex-treinador do FC Porto Nuno Espírito Santo, o antigo jogador do Estoril vem-se afirmando como grande figura da equipa, assumindo-se como o artilheiro de referência e um dos principais responsáveis pela liderança do campeonato. Em 14 jogos, Bonatini fez 10 golos e efetuou quatro assistências para gaúdio da entusiástica falange de apoio do Wolverhampton FC.

“É um sonho poder jogar aqui e viver neste país extraordinário. É uma nova etapa e, como sempre, sinto ‘borboletas no estomago’, mas é normal”, referiu Leo Bonatini aos canais de comunicação do clube inglês do Championship, visivelmente entusiasmado com esta nova etapa da sua carreira, depois de ter conquistado o título de campeão da Arábia Saudita ao serviço do Al-Hilal, equipa pela qual apontou 15 golos em 33 jogos. “O Wolverhampton é um grande clube, muito famoso no Brasil, pelo que estou muito entusiasmado por poder jogar aqui. Como atacante, espero é fazer golos e poder ajudar a minha equipa. Fico feliz por tudo isso estar acontecendo. Estamos em primeiro lugar e temos um grupo sólido e bastante unido. Os momentos que vivemos dentro de campo mostram que valem a pena o sacrifício diário. O Championship tem um nível muito bom, é um campeonato muito rápido. Apesar de ser a segunda divisão de Inglaterra, a estrutura e o nível técnico são de Série A. Estou muito feliz por estar aqui”, acrescentou o avançado, que viu a sua carreira sofrer um impulso com os 24 golos marcados nos 53 jogos que realizou pelo Estoril-Praia. 

A possibilidade de ser emprestado para o clube inglês surgiu a meio deste ano quando o atacante fazia a pré-temporada na Áustria pelo Al-Hilal. "Fiquei interessado e acreditei que seria uma boa oportunidade na minha carreira. Procurei trabalhar forte porque se ficasse ou saísse queria estar em forma para jogar”, explicou.

Nos Wolves, Léo Bonatini veio encontrar os portugueses Diogo Jota, Rúben Vinagre, Roderick Miranda, Rúben Neves, Hélder Costa e Ivan Cavaleiro, num plantel que inclui ainda o defesa-central francês Willy Boly, que alinhava no FC Porto. Apesar de ser o único brasileiro do plantel dos britânicos, o atacante não tem tido problemas com o idioma, até porque o próprio treinador fala português. “Depois de quatro dias no Wolverhampton estreei-me como titular. Ganhámos por 1-0 ao Middlesbrough com um golo meu”, recordou o ponta de lança, mostrando-se satisfeito com a forma como tem decorrido a adaptação. "Tem sido muito boa. Os companheiros ajudaram-me muito neste processo. Tudo é fruto do trabalho. Quando a gente quer alguma coisa e corre atrás dela, ela acontece."

Internacional jovem pelo Brasil, Léo Bonatini começou no futsal do Colégio Magno, em Belo Horizonte. Depois de uma passagem pelo Ferroviário, clube da capital mineira, foi para o Cruzeiro, aos 13 anos. “Fiquei algumas semanas na Toca da Raposa e fui aprovado. Aprendi muito por lá porque comecei a jogar futebol de alto nível ao lado de muitos bons jogadores. Foi o clube que me criou e me formou. Jogava torneios de alto nível. Consegui destacar-me, fazer golos e ajudar a conquistar títulos. Sou muito grato ao Cruzeiro até hoje”, afirmou ao ESPN.

LÉO BONATINI EM NÚMEROS

Wolverhampton 2017

Jogos: 14

Golos: 10

Assistências: 4

Al Hilal 2016

Jogos: 36

Golos: 15

Assistências: 4

Estoril 2015/16

Jogos: 53

Golos: 24

Assistências: 5