Grande Futebol
Blatter nega subornos na atribuição dos Mundiais
2020-04-07 17:25:00
Antigo presidente da FIFA reage à investigação do procurador federal de Brooklyn

O antigo presidente da FIFA Sepp Blatter reafirmou hoje que não houve subornos nas atribuições dos Mundiais à Rússia (2018) e ao Qatar (2022), se bem que neste caso terá havido uma "intervenção política".

Segundo o procurador federal de Brooklyn (Estados Unidos), em documento hoje tornado público, vários dirigentes da FIFA, essencialmente sul-americanos, receberam subornos para o sentido do voto aquando da atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022.

Blatter admite, em declarações à France Presse, que para esses dois Mundiais havia um 'acordo de cavalheiros' no seio do comité executivo da FIFA, no sentido de serem atribuídos a Rússia e Estados Unidos. Mas depois "houve uma intervenção política para a atribuição de 2022 ao Qatar, apenas isso”.

“Neste tipo de situações, é com uma intervenção política que se faz”, disse.

Na versão dos factos do dirigente suíço, que está suspenso da FIFA, o acordo para Rússia e Estados Unidos organizarem terá caído depois se uma interferência do governo francês de Nicolas Sarkozy, aquando de um almoço com Michel Platini, então membro do comité executivo da FIFA.

Platini, que reconhece que votou pelo Qatar, assegura que já tinha mudado o sentido de voto antes desse encontro com Sarkozy.

Um dos principais acusados de ter sido subornado é Jack Warner, antigo presidente da CONCACAF (confederação norte-americana de futebol), que votou a favor da Rússia para 2018, depois da intervenção de alguém mencionado na acusação da procuradoria de Brooklyn como "conselheiro próximo do presidente da FiFA".

"Podemos supor que se referem a Peter Hargitay, mas nunca teria dito a um conselheiro para intervir e não acredito que ele possa ter escrito isso", comentou Sepp Blatter.

Em comunicado, a FIFA já fez saber que apoia "todas as investigações relativas aos atos penalmente condenáveis" e que "continuará a cooperar com as autoridades judiciárias". Relembra que tem o estatuto de "vítima" nos processos desencadeados pela justiça norte-americana e que "acompanha de perto as investigações e desenvolvimentos em curso".

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