Grande Futebol
“As armas tinham sido desengatilhadas, limpas, e as balas guardadas”
2020-01-03 11:05:00
Declaração poderosa de Jesualdo Ferreira, técnico que vai treinar o Santos

Jesualdo Ferreira abordou, no canal 11, o novo desafio da carreira – provavelmente o mais inesperado e certamente um dos mais marcantes, do ponto de vista do técnico.

O técnico de 73 anos entendera que chegara a hora do descanso. Do fim de carreira. Mas “não poderia dizer ‘não’ ao convite do Santos.

“É curioso como é possível aparecer um convite destes num momento em que parecia que todas as armas tinham sido desengatilhadas, limpas, as balas guardadas e, agora, descansa”, desabafou o técnico, naquele canal.

“Provavelmente, teria de ser assim. Não sei”, continua, revelando que entende este desafio como um prémio e uma recompensa pelas injustiças que sentiu ao longo da sua carreira – segundo deixa subentender.

“O que sei é que isto vai servir, para mim, como uma forma de me premiar. Deixa-me lá ser um bocado vaidoso. Isto pode parecer um prémio pelos muitos anos em que eu estive ligado ao futebol e, provavelmente, em muitos desses anos, houve coisas justas, coisas injustas, se calhar mais coisas injustas do que justas”, salienta Jesualdo Ferreira.

O treinador português destaca, porém, que “nos últimos anos” sentiu “respeito e consideração, que foram surgindo de muitos lados”. “Algo que me dá alguma satisfação”, diz.

E entre esses sinais está o convite do clube brasileiro.

“O Santos surge e disse-me: ‘Nós queremos você’ –  foi este o termo. Eu disse para mim: ‘isto não é normal’. Não aconteceu por acaso. Alguma coisa levou a que o Santos, o clube do Pelé, chegue a Lisboa e me diga ‘vem connosco, porque nós queremos que tu fiques connosco’. Eu não poderia dizer que não”, conclui.