Grande Futebol
Antero Henrique tem poder e usou-o para “sentar” craque do PSG
2018-12-19 11:00:00
O feitio de Rabiot – acompanhado dos maus conselhos da mãe – não tem contribuído para grande compreensão do clube.

Não é treinador, mas Antero Henrique, diretor desportivo do PSG, tem poder para sentar um dos craques da equipa. O português, ex-dirigente do FC Porto, anunciou que Adrien Rabiot, médio de 23 anos, “estará, indefinidamente, no banco de suplentes”.

O motivo é simples: Rabiot… não quis renovar contrato. Sim, leu bem. Um jogador foi encostado por não querer renovar contrato. É certo que o direito do jogador em não renovar é o mesmo direito do clube em tê-lo no banco, mas não deixa de ser bizarro que a opção de não renovar contrato justifique uma ida para o banco de suplentes.

"O jogador informou-me de que não ia assinar um novo contrato e que queria deixar o clube a custo zero no final da época. Para o jogador, isto terá uma consequência muito clara: vai ficar no banco por tempo indefinido", disse Antero Henrique, ao Yahoo, explicando: "Há muitos meses, tivemos conversas positivas com o representante do jogador na perspetiva de permanecer no clube e de assinar um novo contrato. Também aceitámos todas as condições impostas pelo jogador. Discutimos essas condições para que Rabiot ficasse connosco por vários anos. Infelizmente, a partir de agora, essas conversas pararam na totalidade".

Rabiot termina contrato em junho de 2019 e, por isso, poderá assinar a custo zero por qualquer equipa já em janeiro (ainda que só possa começar a jogar pelo novo clube em junho). O dilema do PSG é tentar alguns milhões de lucro em janeiro – a imprensa francesa estima que haverá tubarões dispostos a dar cerca de 15 milhões – ou manter o jogador até junho, acreditando que Antero Henrique volte atrás na decisão e que Rabiot ainda se predisponha a ser útil.

E este último pormenor é importante. Apesar de parecer bizarro que o clube castigue um jogador por este não querer renovar contrato, a verdade é que Rabiot não tem sido, segundo a imprensa francesa, um exemplo de empenho, profissionalismo e dedicação. O feitio irascível de Rabiot – acompanhado pelos maus conselhos da mãe, segundo se diz – não tem contribuído para uma grande compreensão por parte do clube francês.

De resto, Rabiot já chegou a ser falado pelos problemas que teve com Zlatan Ibrahimovic, em Paris – não é qualquer um que tenta fazer frente ao sueco – e, mais recentemente, esteve na berlinda com a opção de recusar a seleção francesa, por achar que merecia mais do que um papel de reserva. Para o Mundial 2018, Deschamps queria alguns jogadores num papel de reserva aos 23 convocados, mas Rabiot recusou esse estatuto secundário.