A redenção de Vítor Pereira está por dias. Depois de uma verdadeira travessia no deserto, fosse na Turquia ao comando do Fenerbahçe, ou mais tarde na Alemanha depois de uma passagem desastrosa pela segunda divisão germânica, Vítor Pereira está a poucos dias de regressar aos títulos. E não será um título qualquer e muito menos o será pela forma como o poderá vencer. Oito anos depois está cada vez mais perto a coroação de um campeão chinês que não o Ganghzou Evergrande. A dois jogos do final da Superliga Chinesa, o Shanghai SIPG de Vítor Pereira tem cinco pontos de vantagem sobre o heptacampeão chinês.
Na China, este fim de semana, jogou-se o jogo do título e a vitória dificilmente podia ter sido mais épica com o Shanghai SIPG de Vítor Pereira a bater o Guanghzou Evergrande de Fabio Cannavaro e antigo clube de Scolari, por 5-4. Ao fim de 28 jogos, a equipa orientada por Vítor Pereira tem agora cinco pontos de vantagem sobre o Ghanghzou Evergrande quando faltam dois jogos para o fim do campeonato chinês. Vítor Pereira está assim a um empate de voltar a vencer um título, algo que não conquista desde 2015 quando orientava o Olympiacos e venceu a dobradinha grega.
Se o futebol chinês pode vir a ter a hegemonia de Ghanghzou quebrada, em muito isso se deve a Vítor Pereira, numa temporada altamente dominadora da equipa do Shanghai SIPG. Como já havia sido no FC Porto e no Olympiacos, não estão apenas em causa os títulos conquistados, mas a forma como a equipa de Vítor Pereira lá chega. Pelo domínio que incute. Se no FC Porto venceu a liga portuguesa de forma invicta e na Grécia alcançou a dobradinha, na China, Vítor Pereira pode chegar ao título tendo liderado a liga chinesa em 25 das 30 jornadas disputadas. A dois jogos do final da SuperLiga Chinesa, afinal, o Shanghai SIPG liderou a competição até agora em 23 das 28 jornadas já disputadas, sendo a equipa de Vítor Pereira a melhor defesa da competição e o segundo melhor ataque somente atrás do Guangzhou Evergrande.
Fucral para o sucesso do Shanghai SIPG de Vítor Pereira acabou por ser Wu Lei, para muitos, o melhor jogador chinês da atualidade. O avançado de 26 anos leva por esta altura 26 dos 73 golos marcados pela equipa de Xangai, sendo a duas jornadas do final da competição o melhor marcador da SuperLiga Chinesa com mais cinco golos do que o avançado nigeriano Odion Ighalo do Changchun Yatai, com Óscar e Hulk a dominar a tabela de assistências da competição. Óscar é mesmo o jogador com mais assistências (18), enquanto Hulk regista 12 passes para golo apenas superado pelo colega e pelos 13 de Renato Augusto do Beijing Guoan.
Vítor Pereira está prestes a encontrar a redenção na China depois de uma passagem atribulada pela Turquia e, especialmente, pela Alemanha que terminou com um verdadeiro pesadelo. Ao serviço do 1860 Munique, clube que assumiu a um de janeiro de 2017, Vítor Pereira não foi além de cinco meses e 20 jogos, pela Baviera, vencendo apenas seis deles e não conseguindo evitar a queda do emblema alemão à terceira divisão do país no play-off de manutenção perante o Jahn Regensburg depois de uma derrota por 3-1 no agregado final.
A dois jogos para o fim da Liga Chinesa, o Shanghai SIPG de Vítor Pereira é líder e precisa apenas de um ponto para quebrar a hegemonia do Guanghzou Evergrande. Ao todo, são já 39 jogos ao comando do clube que herdou de André Villas Boas e que liderou, até agora, a 26 vitórias, grande parte delas neste reta final de temporada. Desde cinco de agosto que o Shanghai SIPG não perde um jogo para a Liga Chinesa e depois do triunfo perante o Ghanghzou Evergrande a equipa de Vítor Pereira alcançou a décima vitória nos últimos 12 jogos que disputou, tendo empatado os outros dois. Tal como no Porto, não é só o (provável) título, é a forma como lá chegou que acaba por impressionar especialmente, depois de ter liderado o clube de Xangai a seis vitórias nas primeiras seis jornadas da Liga Chinesa.
Vítor Pereira encontrou a redenção na China e o trajeto impressionante na SuperLiga Chinesa poderá voltar a abrir-lhe as portas das principais ligas europeias. Nisto, acabou por falhar, o SIPG, somente na Liga dos Campeões Asiática ao não ter ultrapassado os oitavos de final da competição caindo perante o Kashima Antlers do Japão, clube representado por Hugo Vieira, num agregado de 4-3. Por melhorar fica ainda o registo na Taça da China onde acabou por cair nos quartos de final perante o Beijing Guoan.
