O selecionador nacional de futebol é crítico assumido da eutanásia, mas mostrou-se disponível para apoiar publicamente a realização de um referendo sobre o tema.

Em entrevista à Renascença, Fernando Santos defendeu que "não se devia alterar a lei", mas, havendo propostas no Parlamento para tal, não se pode deixar a decisão final aos deputados.

"Se se propõe a decidir, então que sejamos todos a decidir. Eu não passei nenhum mandato e penso que nenhum português [passou], (..) portanto, não acho muito correto decidirem, de repente, sobre uma matéria sobre a qual não tinham anunciado o que iam fazer", argumentou.

"Num assunto desta magnitude, não me parece bem que 230 pessoas, por mais méritos que tenham, legislem por mim e por todos os outros sem uma consulta popular", insistiu: "Não creio que o Parlamento possa chamar a si a responsabilidade de legislar sobre esta matéria".

Se é para se debater a eutanásia, então que sejam "todos consultados", reforçou.

"Faça-se o referendo", disse Fernando Santos.

Como "católico", o selecionador nacional mostrou-se contra a eutanásia.

"Estamos a falar da vida. A vida é um dom gratuito de Deus e, na minha perspetiva, não temos o direito de sermos nós a decidir sobre ela", concluiu.