Ana Gomes, que tem sido uma das maiores defensoras de Rui Pinto, vê uma espécie de "encarniçamento do Ministério Público contra Rui Pinto".

"Esta história dele ir algemado. Que diabo. Não vemos outros notórios e perigosos criminosos de colarinho branco a irem... bom nem os vemos ser presos nem investigados. Por exemplo, a grande criminalidade relacionada com o Banco Espírito Santo", considerou a antiga eurodeputada, em declarações na 'SIC Notícias'.

O processo onde Rui Pinto é suspeito está na fase de instrução e a ativista contra a corrupção já tinha também feito reparos para saber "quantos acusados do crime de 'extorsão na forma tentada' puseram em prisão preventiva nos últimos 20 anos" as autoridades portuguesas.

Em prisão preventiva desde 22 de março deste ano, Rui Pinto foi detido na Hungria e entregue às autoridades portuguesas, com base num mandado de detenção europeu (MDE), que apenas abrangia os acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e da Doyen.

O crime de extorsão, na forma tentada, diz respeito à tentativa de extorsão à Doyen (de entre 500 mil e um milhão de euros), levada a cabo por Rui Pinto na manhã de 3 de outubro de 2015.

Em 19 de setembro, o Ministério Público (MP) acusou Rui Pinto de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, sete deles agravados, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, do fundo de investimento Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol e da Procuradoria-Geral da República, e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades.