Fora da Bancada
“Em formação, Ventura dá dez a zero à maioria da nossa classe política”
2019-10-17 15:20:00
Moita Flores defende líder do Chega e critica “democratas, que defendem a censura”

Envolvido numa polémica com um grupo de adeptos do Benfica, entre os quais Ricardo Araújo Pereira, que consideram que o deputado eleito pelo Chega se serviu do clube para ganhar notoriedade, André Ventura tem sido alvo de uma onda de críticas, pelos ideais que defende.

Francisco Moita Flores – que tem em comum com Ventura o facto de ser comentador da CMTV, apresentando-se como “amigo pessoal” – reage a estes episódios com palavras fortes e com elogios ao líder do Chega.

O escritor justifica estas palavras “por perceber que a leviandade, o juízo pré-concebido, a brutalidade dos insultos contra André Ventura resultam de uma enorme ignorância sobre o visado e, por tal motivo, libertou o Salazarzinho que dorme dentro de cada um de nós: comentadores, políticos, gente que insulta nas redes sociais, não conhece o André e, a maioria, nem conhece o programa do seu partido”.

Num longo texto partilhado nas redes sociais, Moita Flores destaca a “amizade” que o une a Ventura. “Ainda não era conhecido por ser do Benfica ou ter carreira política. Somos amigos pessoais. Não sou amigo das ideias que ele defende com base no seu programa. Não votei e nunca votarei no Chega e ele sabe disso”.

Moita Flores considera que “o discurso dominante, e oficial, é ignorante”.

“Parte de preconceitos, de rótulos precipitados e, sobretudo, de ataques pessoais que resvalam para a brutalidade, para a grosseria, para a ordinarice mais primária. Com democratas desta estirpe, que defendem a censura, a paródia, a calúnia estamos conversados sobre a qualidade cívica dos guardas pretorianos da Democracia”, salienta.

Sobre André Ventura, que apelida de “homem culto e de uma inteligência superior”, destaca a “excelente carreira académica” e o facto de ser “doutorado em Direito Penal”.

“E eu, que conheço muitos penalistas, estava (e estou) convencido, se ele mudar de vida, devido à sua juventude, tem condições para vir a ser um dos grandes penalistas portugueses”.

“É um homem delicado, brilhante na argumentação, sedutor e criador de empatia com facilidade. Em termos de formação, dá dez a zero à maioria da nossa classe política”, elogia, ainda que note que tenha “uma sede insaciável de protagonismo”.

Moita Flores critica ainda que “os insultos, as barbaridades que contra ele se têm escrito e dito” e “a boçalidade censória”.

“Apesar desta carnificina de cidadãos que acreditam nas utopias democráticas, e estilhaçadas pelo inércia do regime, pela mediocridade dos seus protagonistas, pelo calculismo e o individualismo mais primitivo de dirigentes, pelo compadrio nas redes discretas e indiscretas de apoio, que despreza o mérito e prefere clientes, que impõe limites à liberdade, ainda assim, desejo que o Chega não cresça, embora desconfie que a realidade vai ser maior do que os meus desejos. E deixo uma saudação amiga ao André Ventura. Não confundo amigos com inimigos políticos. Apenas adversários”, conclui.