Aleksandar Prijovic, ponta de lança sérvio de 28 anos que actua no PAOK e que José Peseiro não quis para o Sporting no último defeso, de acordo com a revelação feita por Sousa Cintra em entrevista ao Record esta segunda-feira, é um jogador muito focado na baliza, com soluções técnicas, uma boa condução de bola e forte capacidade de cabeceamento. Se tivesse sido contratado pelo clube de Alvalade seria uma boa alternativa a Bas Dost, diferente de Montero. O ponto menos positivo tem a ver com a personalidade de Prijovic, que já lhe causou alguns problemas disiciplinares pelos clubes por onde passou.
A avaliação é feita ao Bancada por Nuno Félix, scout internacional, e que observou Prijovic quando este jogava no Tromso, da Noruega, em 2012. Caso o Sporting o tivesse contratado neste defeso, Nuno Félix entende que o sérvio seria "uma boa alternativa a Bas Dost, mais do que jogar ao lado dele. Teria sido uma contratação interessante. Dava uma opção de ataque diferenciada. O Sporting tem um 9 [Bas Dost] de ataque à bola e o Montero que é o oposto. A contratação de Prijovic não obrigaria a grandes mudanças no estilo de jogo".
Nuno Félix recorda ao Bancada a observação que fez do jogador então no Tromso, quando trabalhava no departamento de scouting do Hannover 96. "Na altura, ele tinha 22 anos e para a qualidade do campeonato norueguês era ele e mais dez. Era um jogador interessante. Fisicamente poderoso, boa capacidade de cabeceamento, muito focado na baliza. Tentava sempre encontrar o caminho mais curto para a baliza, seja sozinho ou em combinações". Nuno Félix não viu em Prijovic um 9 clássico e recorre a um paralelismo com um internacional português para explicar: "Fez-me lembrar o André Silva".
O que mais desagradou a Nuno Félix na observação que fez na altura de Prijovic foi "a obcessão em tentar resolver sozinho as situações que tinha pela frente. Queria fazer tudo sozinho". Mas de acordo com o que Nuno Félix pôde observar nos jogos que o sérvio fez esta época diante o Benfica, houve uma evolução no jogador. "Está muito mais maduro, mais consciente do jogo coletivo e menos dado a utilizar o físico para se impor. Vi-o a ter decisões simples, situações de primeiro toque, combinações. É um jogador de muitos recursos e podia estar num patamar acima, numa equipa de fase de grupos da Champions, por exemplo".
O scout internacional português aponta, porém, alguns problemas de personalidade que já em 2012, detetou no avançado sérvio. "Ele gosta de ter atenção. Tem um caráter muito forte e já teve alguns problemas, momentos de tensão, com equipas técnicas, sobretudo quando não joga".
