O Benfica poderá avançar com um pedido de revogação da oferta pública de aquisição (OPA) à sua sociedade anónima desportiva (SAD), segundo noticia o 'Jornal Económico', nesta sexta-feira.

Na base deste alegado pedido, que poderá avançar para a Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), estará a crise nos mercados provocada pela pandemia de Covid-19.

Apesar de nem Benfica nem o regulador do mercado terem comentado esta situação, para já, o 'Jornal Económico' sustenta que o clube da Luz poderá socorrer-se do artigo 128º do Código dos Valores Mobiliários para pedir o fim da OPA.

Nesse artigo, é mencionado que "em caso de alteração imprevisível e substancial das circunstâncias que, de modo cognoscível pelos destinatários, hajam fundado a decisão de lançamento da oferta, excedendo os riscos a esta inerentes, pode o oferente, em prazo razoável e mediante autorização da CMVM, modificar a oferta ou revogá-la".

A OPA parcial sobre 28 por cento do capital da SAD, lançada em 18 de novembro, implica um investimento na ordem dos 32 milhões de euros e, caso seja bem sucedida, pode reforçar a posição da Benfica SGPS para até 95 por cento do capital da entidade que está cotada na bolsa de Lisboa.

O capital da Benfica SAD é composto por 23 milhões de ações, sendo 9,2 milhões de categoria A e 13,8 milhões de categoria B, e é sobre estas últimas que a OPA incide.