Liga 18/19
O efeito Lito Vidigal na reconciliação do Boavista com os adeptos
2019-05-20 12:45:00
Axadrezados em sobressalto no começo do campeonato conseguiram encontrar o caminho da permanência

O Boavista concluiu de forma tranquila uma época de sobressalto na I Liga e foi sob o comando de Lito Vidigal que afastou o ‘fantasma’ da despromoção e se reconciliou com os adeptos.

Os 'axadrezados' começaram a temporada com o treinador Jorge Simão a apontar o objetivo de fazer algo semelhante ou melhorar o oitavo lugar e os 45 pontos da época passada, mas, com 10 jornadas disputadas, a equipa tinha nove pontos e cinco derrotas e ocupava o 16.º lugar, o que deixou os adeptos sobressaltados, tanto mais que desta vez iriam descer três equipas.

A equipa esteve cinco jogos seguidos sem marcar e sem ganhar, entre as oitava e 12.ª jornadas, e a viragem para a segunda volta seguiu-se a mais uma derrota caseira, com o Marítimo, que deixou o Boavista na 15.ª posição, com 16 pontos, o que comparava mal com o nono lugar e os 21 pontos na mesma altura da época anterior.

O ano novo continuou sem trazer boas notícias e o Boavista perdeu em casa com o Portimonense, por 2-0, para a 18.ª jornada, resultado que motivou o despedimento de Jorge Simão e a contratação de Lito Vidigal, que apanha a equipa em 16.º lugar.

O novo técnico foi anunciado no dia 27, viu a sua nova equipa ser goleada pelo Benfica na Luz (5-1) e estreou-se na 20.ª ronda com uma vitória caseira frente ao já então aflito Feirense (1-0), a primeira depois de quatro desaires consecutivos no campeonato.

Nessa altura, o Boavista já não tinha David Simão nem Rochinha, que se mudaram para o futebol belga e para o Guimarães, respetivamente, e eram peças influentes no plantel boavisteiro.

O ‘mercado’ de inverno acabou por correr bem aos boavisteiros, porque receberam o defesa-central Jubal, que Lito Vidigal conheceu no Arouca, e o extremo-esquerdo Gustavo Sauer, proveniente do futebol búlgaro, e ambos contribuíram para a grande segunda volta que o Boavista realizou.

Do mesmo modo, o ‘velho’ Mateus (34 anos), o melhor marcador da equipa, com cinco golos, voltou a ser um dos pilares de uma equipa sem estrelas.

Nos três jogos após o triunfo frente ao Feirense, o Boavista somou mais sete pontos e subiu ao 11.º posto, com 26 pontos, o que devolveu a esperança aos adeptos.

Seguiram-se três derrotas consecutivas e a vitória por 2-0 com o Belenenses, com 10.812 adeptos no Estádio do Bessa, atraídos por uma campanha agressiva de bilhetes gratuitos para os sócios com as quotas em dia.

Lito Vidigal também apelou sempre aos adeptos para que fossem ao estádio apoiar a equipa com a sua "energia positiva" e o certo é que o Bessa voltou a ter várias assistências acima dos 10.000 espetadores, com destaque para os quase 20 mil ante o Braga, na ronda anterior.

Os resultados também apareceram, sobretudo nos encontros caseiros, mas foi em Setúbal, na 32.ª jornada, com uma vitória por 3-0 - a primeira vez que o Boavista marcou mais de dois golos -, que a manutenção ficou garantida, com 38 pontos.