Portugal
“Não somos meninos, somos homens. Aqui não há meninos de cristal”
2020-01-24 14:30:00
Na antevisão da final da Taça da Liga, Sérgio Conceição fala sobre Diogo Costa e o pós-jogo com o Vitória de Guimarães

O técnico do FC Porto fez hoje a antevisão da final da Taça da Liga, jogo com o SC Braga que se disputa na cidade dos arsebispos. Em conferência de imprensa realizada no Olival, destacou a relevância da vitória.

“É um troféu, o primeiro da época, e queremos conquistá-lo. Estamos em todas as frentes… Não é um título importante por outros fatores, mas pelo título em si”, ressalvou, numa alusão à situação do clube no campeonato.

A derrota recente com o adversário de amanhã (o SC Braga venceu no Estádio do Dragão em partida do campeonato, na última jornada) é, segundo Sérgio Conceição, conseguida noutro contexto. 

“O SC Braga veio ao Dragão com alguma tranquilidade. Com ambição, naturalmente, mas amanhã é diferente. É um jogo de decisão, o chamado ‘mata-mata’”, prosseguiu.

“A vontade de ganhar todos os jogos é enorme. A vontade dos jogadores é incrível. Todos os jogos são finais, quer aqueles que decidem títulos, como o caso de amanhã, quer os do campeonato. Estamos habituados a este tipo de pressão e faz parte de um clube que vence títulos”, disse ainda Conceição, sobre o jogo.

O técnico abordou o momento após o encontro com o Vitória de Guimarães, partida marcada pelo lance que envolveu o guarda-redes Diogo Costa.

Sérgio Conceição, recorde-se, abraçou o guarda-redes, com quem trocou algumas palavras, e conferiu-lhe a condição de líder, colocando-o a falar ao grupo, após o encontro, na tradicional roda.

“Falei com ele sobre situações de jogo. Faz parte… O abraço mais forte e o falar na roda não têm que ver com o lance. Não somos meninos. Somos homens… Se não parece que toda a gente é de cristal, que ao mínimo erro ficam perturbadíssimo. Isto é para homens, para jogadores feitos, que sentem o que é a pressão. Ele fez o que tinha de fazer: saiu bem, foi falta sobre ele e se não fizesse falta agarrava a bola e toda a gente estaria a dizer ‘fantástico’… Falu na roda porque estava estipulado. Já falaram outros, outras vezes ninguém fala… Depende da minha azia”, realçou o técnico.

A questão da azia suscitou uma pergunta sobre o facto de Corona poder estar desagradado com a adaptação a lateral direito – tal como Sérgio Conceição jogou, algumas vezes, quando era treinado por António Oliveira.

“Eu sei que ele gosta de jogar à frente, mas o Corona tem melhor feitio do que eu. Jogando atrás ou à frente o feitio dele é igual. Eu cumpria sempre, também, e o António Oliveira que o diga, mas não o fazia com um sorriso na cara. Ele é mais tranquilo. O sorriso dele é sempre igual”, aponta.