O campeonato está prestes a regressar, depois da suspensão determinada pela pandemia, e com procedimentos de segurança que – segundo as entidades responsáveis pela organização da prova, em cumprimento das normas das autoridades de saúde – garantem a segurança dos jogadores.

Vítor Oliveira, treinador do Gil Vicente, não concorda com esta ideia. Em entrevista ao jornal A Bola, o técnico assinala que “os jogadores não estão com medo”, mas considera que há sempre perigos, neste regresso da competição.

“As pessoas insistem na ideia de que os jogadores são os profissionais mais protegidos. Mas não estão mais protegidos do que os profissionais de saúde. E no entanto já morreram enfermeiros e médicos. Não é verdade que o jogador de futebol não corra riscos”, afirmou.

O treinador dos minhotos considera ainda que, em paralelo com a covid-19, os jogadores enfrentam maior risco de lesão. E dá como exemplo a Bundesliga, onde se notaram problemas físicos nas equipas.

“Nas segundas partes, vimos jogadores que se arrastavam penosamente em campo. E logo na primeira jornada aconteceram várias lesões musculares. Algo que pode também acontecer no futebol português”, antecipa.

Apesar desta realidade, o técnico não concorda com as cinco substituições por jogo, já aprovadas pela Liga, considerando que essa medida só vai beneficiar os clubes maiores, que têm plantéis mais extensos.

“Quem tem plantéis mais fracos e desequilibrados terá dificuldade em fazer as cinco substituições, mantendo a qualidade da equipa”, alega Vítor Oliveira. Com mais substituições, “mais desequilíbrio” e menos “verdade desportiva”.

O histórico treinador lamenta ainda a ausência de público na bancada: “É horrível. Futebol é povo, futebol é adeptos, futebol é gente nas bancadas. Não sei se foi tudo feito para que pudéssemos ter alguns adeptos nas bancadas".

O Gil Vicente desloca-se a Portimão, na próxima quarta-feira, em partida da 25.ª jornada da I Liga, que marca o regresso da competição. Vítor Oliveira não consegue fazer uma antevisão do encontro.

“Estamos esperançados numa boa prestação. Mas, falando com sinceridade, não temos noção exata do momento de forma da equipa”, considerou, nesta entrevista ao jornal A Bola.