Nunca é tarde para se experimentar um novo campeonato. Aos 33 anos, o médio defensivo Mathieu Flamini assinou em janeiro contrato com o Getafe CF e vai jogar pela primeira vez no futebol espanhol, depois de passagens por Inglaterra, França e Itália. Depois de Olympique Marselha, Arsenal e AC Milan, o médio vai agora ser uma das caras da equipa de Antunes na La Liga, tendo assinado contrato válido até ao final da temporada.
Mas o que chama mais a atenção hoje em dia em Flamini é o lado empresarial e um negócio milionário que escondeu durante anos. Para o jogador francês, ao longo dos 14 anos de carreira o futebol esteve sempre em segundo plano, aproveitando o dinheiro que ia ganhando para precaver o futuro. E nesta altura é, inclusive, apontado como o jogador mais rico do mundo. A razão é simples. Em 2008, fundou uma empresa de biotecnologia, a GFBiochemichals, responsável pela produção de ácido levulínico, um produto químico que pode substituir petróleo e catalogado como uma das 12 moléculas chave para desenvolver um mundo mais verde, empresa essa que está avaliada em 30 mil milhões de euros. Ora tendo em conta um estudo da consultoria KPMG, que aponta o Manchester United como o clube mais valioso da Europa , avaliado em 3,1 milhões de euros, seguido pelo Real Madrid (2.976), Barcelona (2.765) e Bayern (2.445), Flamini poderia comprar qualquer um deles, mas será até ao final da temporada um assalariado em Getafe.
Flamini manteve o segredo até 2015, quando revelou a história em entrevista ao The Sun: "A carreira de jogador de futebol está cheia de altos e baixos. A criação da empresa ajudou-me a limpar a minha mente e a pensar em algo diferente. Foi um desafio intelectual ", afirmou o francês. "Nem sequer a minha família sabia alguma coisa sobre este assunto. Os meus pais só tiveram conhecimento disto há um ano e estavam preocupados, mas agora sentem-se orgulhosos. Investi muito dinheiro, havia um grande risco, mas para ter êxito há que tomar decisões arriscadas", disse o médio francês que pode vir a ser compensado, no futuro, com muitosmilhões de euros, resultado de um negócio para o qual canalizou dinheiro amealhado no futebol.
Formado no Olympique de Marselha, Mathieu Flamini, médio defensivo, tornou-se profissional no clube francês 2003/04, transferindo-se na época seguinte para o Arsenal onde conquistou uma taça de Inglaterra. Nesta primeira passagem pelos gunners fez dupla com Cesc Fábregas. Quatro anos depois, em 2008/09, rumou a Itália para representar o AC Milan onde ficaria cinco épocas, até ao verão de 2013. Ao serviço dos rossoneri, venceu uma liga italiana e uma supertaça. Regressaria de novo aos gunners e nas três tremporadas em Londres venceu mais duas taças de Inglaterra e uma supertaça. Na última temporada, jogou pelo Crystal Palace, onde fez apenas 13 jogos.
Apesar de sua carreira profissional longe dos relvados, Flamini, de 33 anos, não quis pendurar as botas e quer continuar a jogar. Depois de uma época mal sucedida no Crystal Palace, encontrou no Getafe CF um novo desafio. Quando o futebol acabar, poderá então dedicar-se a tempo inteiro ao ácido levulínico.
¡El nuevo fichaje azulón @mathieuflamini ya está con nosotros y ha querido mandar un mensaje a todos los azulones! ??#FlaminiAzulon pic.twitter.com/aDxsHJW3iH
— Getafe C.F. (@GetafeCF) 2 de fevereiro de 2018