Algumas das conversas de Luís Filipe Vieira, alegadamente registadas durante a investigação da Operação Lex, foram hoje reveladas pela Visão.

Na versão disponibilizada no site, a revista cita duas conversas entre Vieira e Jorge Barroso, o advogado que, no entender do Ministério Público, servia de ‘ponte’ entre o dirigente e o então juiz Rui Rangel.

De acordo com uma recente notícia da TVI, foram as escutas a Rui Rangel e a Jorge Barroso, no âmbito da Operação Lex, que despertaram a atenção das autoridades para Luís Filipe Vieira.

Ainda segundo essa notícia da estação de Queluz, o presidente do Benfica deverá ser formalmente acusado, em breve, de recebimento indevido de vantagem.

A Visão referiu que Vieira terá dito a Jorge Barroso, em conversas datadas de maio e junho de 2017, que era preciso "apertar" com Rui Rangel, no sentido do então juiz ajudar a desbloquear um processo fiscal pendente no Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra.

A revista avançou que os investigadores da Polícia Judiciária concluíram que o presidente do Benfica pretendia a ajuda de Rangel para desbloquear os 1,6 milhões de euros retidos a uma empresa da qual Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira, era administrador.

Em causa estava a verba que a Autoridade Tributária tinha tributado sobre mais-valias, numa decisão impugnada por Lís Filipe Vieira.

Era esse processo que estava pendente no Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra e que, de acordo com a notícia da TVI, levou a que Luís Filipe Vieira fosse constituído arguido no processo Operação Lex, ainda sem acusação deduzida.

Recorde-se que, no mesmo dia da notícia da TVI, a defesa de Luís Filipe Vieira considerou a acusação “profundamente injusta, pois assenta em factos que não são verdadeiros e em intenções que o sr. Luís Filipe Vieira nunca teve”.

A Operação Lex teve início com uma certidão retirada da Operação Rota do Atlântico, processo que teve como arguidos José Veiga, antigo empresário de futebol, e Paulo Santana Lopes, irmão do antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes.

Entre os 16 arguidos do processo, para além de Luís Filipe Vieira, encontram-se o ex-juiz Rui Rangel (afastado da magistratura) e a mulher, a ex-juíza Fátima Galante (aposentada compulsivamente), e Fernando Tavares, vice-presidente do Benfica.

Na Operação Lex são investigados, entre outros, alegados crimes de tráfico de influência, de corrupção/recebimento indevido de vantagem, de branqueamento e de fraude fiscal.