Portugal
A sociedade brasileira que Pepa mandou fechar
2018-08-17 23:05:00
Nildo e Derley tinham o jogo no bolso até que o treinador do CD Tondela disse basta

A beleza do futebol está nestas coisas. Quando se pensou que Nildo Petrolina e Derley - uma sociedade que valeu belos momento de futebol esta noite -  tinham escondido os três pontos para que ficassem na Vila das Aves, eis que surge Pepa e a sua capacidade de perceber o jogo a partir do banco. O treinador do CD Tondela arriscou com duas substituições ousadas e resgatou um ponto para a equipa beirã. 2-2 foi o resultado final.

Os inícios fortes do CD Tondela começam a ser uma imagem de marca da equipa desde a chegada de Pepa. Os beirões são muito intensos no momento da perda de bola e frente ao Aves voltaram a causar impacto nos primeiros minutos com o golo e com muitas bolas colocadas na profundidade oferecida por Tomané. Um avançado que merece ser observado, não só pela sua participação nos golos tondelenses, mas também pelo coração que oferece à equipa.

Foi mais uma vez preponderante no golo que inaugurou a partida. Sabe procurar os espaços e com uma deslocação para o segundo poste conseguiu assistir Delgado que, vindo de trás, não deu qualquer hipótese de defesa a Beurnardeau. Mas este foi num jogo de cambalhotas e passados alguns minutos foi a vez do Aves pegar nas rédeas do encontro com destaque para uma sociedade com sotaque brasileiro.

Os mais atentos ao fenómeno do pontapé na bola já perceberam que não é preciso tocar muitas vezes na bola para criar impacto e se não perceber isto convidamo-lo a rever a partida com especial atenção para o que fez Derley. O ponta-de-lança brasileiro marcou um golo, com uma cabeçada oportuna depois de livre marcado por Nildo, e assistiu para outro, com um desvio subtil, mas fundamental para que Nildo ficasse na cara de Cláudio Ramos para virar o marcador.

Por esta altura, a sociedade estabelecida entre os dois brasileiros convencia e poucos acreditariam que os três pontos fugissem à equipa de José Mota. Mas na realidade não foi isso que aconteceu. E não aconteceu porque Pepa voltou a mexer muito bem no jogo como vem sendo hábito. O treinador do CD Tondela arriscou quando tirou o lateral-direito Moufi para colocar em campo o extremo António Xavier. Lá na frente trocou o apagado Arango pelo alto e espadaúdo Sabbag e a coisa resultou.

De repente, o que parecia um jogo controlado pelo Aves passou a ser um jogo errático e com o CD Tondela mais próximo da baliza adversária. É verdade que o 2-2, marcado pelo colombiano Sabbag, surgiu de uma desatenção avense ao desguarnecer o setor mais recuado numa altura que ainda não tinha percebido como lidar comas alterações promovidas por Pepa.

Daí até ao final, o sinal mais foi mesmo da equipa que viajou de Tondela. O empate imperou no fim, numa partida que viveu alternâncias, tanto de domínio como de marcador, e que ficou marcada pela sociedade criada por Nildo e Derley. Do outro lado foi Pepa que deixou a sua marca: arriscou e mexeu bem e o jogo mudou a favor dos tondelense.