Era uma vez em Alvalade. A história de Nuno Santos, atual treinador de juniores do Gil Vicente, sobre o jogo que mais o marcou visto da bancada podia começar assim. Era uma vez em Alvalade, um grupo de míudos de 15/16 anos que, em dia de dérbi com o eterno rival, foram para junto da claque Juve Leo vivenciar as peripécias do jogo. Mas não só. Também protagonizar traquinices próprias da idade. E que pelos vistos perduram na memória de NUno Santos.
A tarde de 14 de maio de 1994 estava chuvosa e o "velhinho estádio" a abarrotar, recorda Nuno Santos que juntamente com Canoa, Paulo Machado, Miguel, Carlos Pereira, foram para o sector da Juve Leo assistir a um "jogo emotivo" que lhes trouxe uma derrota do Sportin mas uma coleção de cachecóis do clube leonino.
Nuno Santos, antigo guarda-redes do Sporting, explica: "Quando o Figo marcou o canto e o Cadete, de cabeça, fez o primeiro golo, foi uma explosão de alegria tal que caimos cá para baixo, só viemos parar junto à vedação. Aí estavam as mochilas da claque e dentro delas vários cachecóis. Tirámos alguns e voltámos a subir para o nosso lugar. Como ainda houve mais golos [Figo e Balakov], voltámos lá abaixo e ficámos com mais cachecóis [ri-se]".
"Não mediamos as consequências, éramos jovens, tínhamos muitas aventuras daquele género", recorda Nuno Santos que se lembra de um jogo "diferente", pela alternância no marcador e que acabou numa goleada do Benfica por 6-3. "Não faltou emoção". No relvado, e nas bancadas acrescentamos nós. Vinte e três anos depois, Nuno Santos recorda-se que Lemajic era o guarda-redes do Sporting, que Balakov e Figo fizeram um bom jogo, "mas quem nos lixou foi o João Pinto", sublinha.