Visto da Bancada
Jorge Reis (Nº221)
2018-02-01 12:30:00
Jorge Reis, presidente do Caldas SC, recorda ao Bancada um dos momentos da temporada e da história do clube caldense.

2017/18 está a ser uma temporada especial para o futebol das Caldas da Rainha. Ainda que o Caldas SC se encontre, por esta altura, pela sexta posição da Série D do Campeonato de Portugal e por isso relativamente longe da promoção à segunda liga (o líder CD Mafra está a catorze pontos de distância), a trajetória do emblema das Caldas da Rainha na Taça de Portugal tem sido gloriosa. Dois jogos frente ao CD Aves é tudo o que separa o Caldas SC de uma presença inédita e fascinante na prova. Para Jorge Reis, presidente do clube, foi um dos jogos disputados pelo Caldas durante a campanha que passou a recordar como o mais memorável que alguma vez viu ao vivo.

A escolha podia ter recaído sobre a segunda mão da Taça UEFA de 1986/87, quando o Sporting acabou eliminado pelo FC Barcelona na segunda ronda da prova depois de ter praticamente selado a qualificação à fase seguinte com golos de Negrete e Ralph Meade. Não o fez porque, como recorda Jorge Reis, Roberto Fernández não deixou. Marcou aos 84 minutos e o Barcelona avançou já que havia ganho ao Sporting por 1-0 em Barcelona. Podia ter escolhido, também, a final da Taça UEFA perdida pelo Sporting em casa frente ao CSKA ou, até, a primeira vez que foi a Alvalade e assistiu a uma vitória do Sporting por 2-0 frente à Académica com golos de Manuel Fernandes. Mas não. A escolha recaiu, sim, sobre o Caldas SC-Académica dos oitavos de final da Taça de Portugal da presente temporada.

“Um jogo de entrega total. Jogámos com menos um jogador durante 47 minutos do tempo regulamentar, mais o prolongamento. Uma equipa que nunca virou a cara à luta e que fez acontecer um dia histórico nas Caldas”, recorda o presidente do clube ao Bancada. Apesar da expulsão de Luís Farinha em cima do intervalo, o Caldas não caiu. Mike Moura, já na segunda parte, até aproveitou a inferioridade numérica do Caldas para anular a vantagem dos homens da casa e levar o jogo para prolongamento, mas mesmo assim o emblema caldense seguiu em frente ao vencer a Académica por 4-2 no desempate por grandes penalidades.

Desse jogo, Jorge Reis recorda ainda um ambiente de verdadeira festa e de verdadeira homenagem ao futebol. “Pela envolvência do jogo, pela partilha com os adeptos da Académica, pelo fair play, juntámo-nos e confraternizamos antes do jogo… foi um dia fantástico. A verdadeira festa do futebol”, diz-nos Jorge Reis. Em suma, tudo o que o futebol devia ser e que muitas vezes só a Taça de Portugal é capaz de oferecer.

“Foi um ambiente de apoio constante de uma e outra equipa, com muito fair play, os adeptos da Académica a puxar pela Académica e os do Caldas pelo Caldas. Houve um momento no estádio em que nas bancadas começaram a mostrar as lanternas dos telemóveis e isso foi uma imagem fantástica e que depois se alastrou aos restantes setores do estádio. Este sim, é momento que me marca mais. Isto é que é o futebol”, concluiu o presidente do clube.