A 21 de março de 1984, o Benfica recebeu no antigo Estádio da Luz o Liverpool FC para a segunda mão dos quartos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus depois de ter sido derrotado por 1-0 em Inglaterra no primeiro jogo. Foi este o jogo escolhido por Joaquim Mendes quando o Bancada quis saber qual foi o desafio visto ao vivo que mais o marcou até hoje.

"Foi um jogo em que o Liverpool FC tinha uma equipa de outro mundo mas o Benfica também. Os Bentos, Nenés, Chalanas... Esse pessoal todo era fabuloso. E foi um jogo em que o Benfica foi goleado na Luz por 4-1 por uma equipa fabulosa. Um desses craques até chegou a ser treinador do Benfica, o Graeme Souness [em 1997/98 e 1998/99]. O Grobbelaar, o guarda-redes, também era fabuloso", disse o antigo guarda-redes de Sporting de Espinho e Portimonense, que ainda passou pelo Benfica.

Os golos do Liverpool FC foram apontados por Ronnie Whelan (2), Craig Johnston e Ian Rush, enquanto o já referido Nené reduziu para o Benfica.

"Foi um encontro que, pela qualidade do adversário, que se viria a sagrar campeão europeu e estava a atravessar a sua fase de ouro, e pela qualidade do Benfica, me ficou na memória. Infelizmente foi uma derrota, mas é assim. Do outro lado havia uma valia enorme", referiu.

Joaquim Mendes explicou ainda o sentimento dos adeptos encarnados depois do apito final, contando que não foi uma derrota normal, visto que a desilusão era menor que a que existia quando a derrota era para o campeonato devido à grande valia dos britânicos.

"No pós-jogo as pessoas conformaram-se porque foi demasiado evidente e foi clara a vitória do Liverpool FC. Os números foram exagerados, não há dúvida, e foi em casa, na Luz, que era e continua a ser chamado o 'Inferno da Luz' - e a realidade é essa, ninguém pode ocultar isso - mas as pessoas ficaram conformadas porque ficaram cientes da mais-valia do adversário", concluiu.