Visto da Bancada
Francisco Agatão (nº 59)
2017-07-29 17:00:00
O treinador do SC Praiense recorda o Benfica-Olympique Marselha da mão de Vata e... da bunda de Roberta Close

Francisco Agatão, treinador do SC Praiense, equipa dos Açores a disputar o Campeonato de Portugal, elege o Benfica-Olympique Marselha como o jogo da sua vida visto da bancada. A 18 de abril de 1990, o Benfica tinha a oportunidade de chegar à sétima final da Taça dos Campeões Europeus, e depois da derrota por 2-1 em Marselha, o antigo Estádio da Luz era um aliado de peso da equipa orientada pelo sueco Sven Goran Eriksson. Agatão estava lá, na bancada, junto com outros companheiros do Boavista, onde então jogava.

“O jogo mais vibrante a que assisti na bancada foi um Benfica-Marselha. Jogava na altura no Boavista e desloquei-me de propósito a Lisboa, acompanhado pelo Casaca, Garrido, Alfredo e Jaime Alves, para assistir a um jogo enorme, vibrante, que foi decidido com um golo do Vata, que mais tarde viria a jogar comigo no Estrela da Amadora”, recorda Francisco Agatão que, ainda hoje, sente o calor do estádio naquela noite. “A Luz estava cheia apinhada de gente, 120 mil nas bancadas, um ambiente extraordinário, ‘louco’ mesmo. Foi um dos jogos marcantes na minha vida de adepto, sem dúvida”.

“O golo de Vata com a mão? Vi o jogo por baixo do marcador eletrónico e do lado da baliza onde foi feito o golo mas, sinceramente, no campo não me apercebi que tinha sido com a mão. Nem eu, nem o árbitro (riso). Só mais tarde é que fiquei a saber”. O lance polémico aconteceu ao minuto 81’. O lateral direito José Carlos iniciou uma tentativa de ataque pelo flanco, cruzou para a área e Vata fez golo…com a mão. O Benfica ganharia o jogo e estaria na final da competição frente ao AC Milan, em Viena. Graças à mão de Vata. mas como diria Ricardo Gomes no final do jogo: “Tínhamos de ganhar, nem que fosse com a bunda da Roberta Close”.

“Mais tarde, quando o Vata jogou no Estrela comigo, esse golo com a mão era tema de conversa diário, sobretudo quando nos treinos acontecia algo igual. E era sempre com ele. Tomou-lhe o gosto”, diz a rir-se Agatão.