“O jogo em que nós, por 30 segundos, não conseguimos subir.” É desta forma que o presidente do GD Chaves, Bruno Carvalho, descreve o encontro de futebol, visto a partir da bancada, que mais o marcou. O dirigente dos flavienses refere-se, claro está, ao duelo da última jornada da Segunda Liga na época 2014/15, na qual a turma transmontana recebeu no próprio estádio a UD Oliveirense, venceu o jogo, mas não alcançou o principal objetivo da temporada, a subida de divisão.
À partida para essa ronda, tanto o GD Chaves (77 pontos), como o Sporting da Covilhã (77), o CF União (77) e o Tondela (80) podiam ser promovidos ao principal escalão do futebol português. Ora, os flavienses, no terceiro posto da tabela classificativa (subiam os dois primeiros), cumpriram o seu papel, ao triunfaram perante a UD Oliveirense, por 2-0. “Foi um jogo intenso, no qual estive também colado ao telemóvel, à rádio e às imagens que iam chegando do estádio do Freamunde, onde o Tondela estava a jogar”, começou por contar Bruno Carvalho ao Bancada.
Nos minutos finais dos encontros, o Tondela estava a perder em Freamunde, resultado que colocava os tondelenses e o GD Chaves na Liga, o que acabou por não se verificar devido ao golo tardio, no tempo de compensação, de André Carvalhas, que ditou o empate dos beirões. Com essa conjuntura de resultados, os trasmontanos cederam o segundo lugar ao CF União, para desgosto dos presentes no Estádio Municipal de Chaves. “Nós tínhamos o nosso jogo ganho e eu, a certa altura, nos minutos finais, fui chamado pela nossa assessora de comunicação para me deslocar juntamente com o meu irmão [Francisco Carvalho], que é o diretor da SAD, para o relvado porque iam começar a gravar o nome do GD Chaves na taça desse ano”, continuou a explicar Bruno Carvalho.
Até que tudo mudou de um minuto para o outro. “Já estava efetivamente a descer as escadas dos camarotes, num ambiente de festa, e de repente fez-se um silêncio enorme. O estádio silenciou, ouvi algumas crianças a chorarem e perguntarem aos familiares ‘porquê?’ e se era mesmo verdade que não subíamos nem éramos campeões, também alguns adultos, com várias pessoas com as mãos na cabeça”, revelou o presidente dos flavienses, a dar conta do semblante vivido no estádio aquando do golo do Tondela em Freamunde.
“Foi para mim o jogo mais marcante, porque é impossível esquecer o olhar das pessoas”, confessou Bruno Carvalho, que fez, no momento, o papel de líder do clube. “Tentei consolar as pessoas e deixar-lhes uma mensagem de calma e de que o futebol é mesmo assim.”
O duelo do GD Chaves diante da UD Oliveirense ficará para sempre guardado na memória de Bruno Carvalho, não pelos motivos mais positivos, como o próprio afirma, mas por se tratar de uma experiência que o futebol proporciona e, de facto, os flavienses viriam a festejar a subida na época seguinte.