Prolongamento
Valência “não muda de opinião” após relatório sobre incidente em Cádiz
2021-04-09 12:10:00
"O nosso objetivo é ver mudanças, ver uma resposta apropriada a este incidente muito grave", reage clube espanhol

A Liga Espanhola divulgou nesta segunda-feira um relatório sobre o alegado caso de racismo que, com Mouctar Diakhaby como vítima, revelando que não foram encontradas evidências do ataque imputado ao jogador do Cádiz, Juan Cala.  

O Valência não concorda com as conclusões da LaLiga e garante que o ato racista ocorreu. E emitiu um comunicado a fazer valer essa posição“A investigação não consegue confirmar ‘todas’ as palavras que Diakhaby ouviu aos 28 minutos do jogo Cádiz-Valência, disputado no passado domingo. O facto de nenhuma evidência ter sido encontrada não significa que o ato não tenha ocorrido”, pode ler-se, na nota divulgada hoje. 

O Valencia ressalva que, apesar das conclusões da liga espanhola, “clube não muda de opinião sobre o que aconteceu durante a partida e mantém total apoio a Diakhaby 

“O nosso objetivo é ver mudanças, ver uma resposta apropriada a este incidente muito gravever movimentos para mudar os regulamentos e mudar as reações a este tipo de incidentes, sempre que surgirem”, refere o comunicado do clube espanhol. 

Por outro lado, o Valencia considera positivo o facto de terem sido iniciadas conversações tendo em vista a criação de protocolos de combate ao racismo no futebol. E elogia o comportamento de toda a equipa, técnicos e staff durante o incidente em Cádiz.  

Estamos muito orgulhosos de Diakhaby, dos capitães, dos jogadores, do treinador e da sua equipa técnica, pela reação que tiveram, durante o jogo contra o CádizFoi um episódio inédito no futebol, mas temos a convicção de que servirá para promover uma verdadeira mudança nos regulamentos”, realça o emblema espanhol, que quer punições pesadas em atos racistas. 

“É necessário continuar a trabalhar com a LaLiga, as instituições e os restantes clubes para garantir que este tipo de incidentes racistas nunca se repita. Não ao racismo”, conclui o comunicado do Valência.   

Recorde-se que nesta segunda-feira a Liga Espanhola não encontrou “em nenhum dos meios de comunicação disponíveis” qualquer indício de que o jogador de Cádiz Juan Cala tenha proferido insultos racistas contra Mouctar Diakhaby, do Valência, informou hoje o organismo.

“Após a análise dos elementos, conclui-se que não foi encontrada nenhuma evidência em nenhum dos suportes disponíveis na LaLiga de que o jogador Juan Torres Ruiz [Juan Cala] tenha insultado Mouctar Diakhaby nos termos denunciados”, refere, em comunicado, a entidade organizadora da competição.

Decorria o minuto 29 do encontro de domingo no Estádio Ramón de Carranza, quando, na sequência de um livre a favor do Cádiz, Cala e Diakhaby trocaram argumentos dentro da área valenciana, levando, posteriormente, o central francês a percorrer meio-campo para interpelar o adversário.

Depois de os jogadores das duas equipas terem separado Cala e Diakhaby, o francês foi admoestado com um cartão amarelo e esteve alguns segundos a explicar ao árbitro que tinha sido alvo de um insulto racista, antes de se retirar de campo, acompanhado por todos os jogadores ‘che’, entre os quais os portugueses Thierry Correia e Gonçalo Guedes.

A equipa do Cádiz também seguiu o caminho dos balneários e o encontro esteve interrompido cerca de 25 minutos. Embora o Valência tenha regressado ao relvado para retomar o jogo, fê-lo já sem Diakhaby, que foi substituído por Hugo Guillamon.

O Cádiz venceu a partida por 2-1, tendo Juan Cala, que negou posteriormente as acusações de Diakhaby, marcado o primeiro golo dos andaluzes.