Prolongamento
“Uma direção ausente, um treinador perdido, um clube sem rumo”
2021-05-25 09:35:00
Francisco Benitez, do movimento ‘Servir o Benfica’, num balanço à época do Benfica, com o dedo apontado a Vieira

E depois ao all-in?”, pergunta Francisco Benitez, no início de um texto em que faz um balanço da temporada do Benfica, aludindo ao forte investimento de Luís Filipe Vieira – considerado pelos críticos do dirigente como uma aposta em ano de eleições.  

E esse balanço é arrasador. Passa pela ausência de títulos, mas também nos riscos de um investimento elevado num momento de incerteza, em virtude da pandemia.  

Terminou a época do Benfica sem honra nem glória. No final da época passada, alertámos os benfiquistas que o investimento inusitado na equipa técnica e no plantel, numa altura de enorme incerteza, acarretaria riscos elevados”, enquadra. 

Francisco Benitez olha para os resultados desportivos com a certeza dos números. E observa os efeitos desta aposta de Luís Filipe Vieira com menos certeza e, desse modo, com inquietação. 

Ainda não sabemos a fatura que teremos de pagar, mas hoje sabemos que terminámos a época no terceiro lugar num retorno a 2009, que terminámos a época sem a conquista de nenhum troféu num retorno a 2008, sem a garantia de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões e com um plantel desvalorizado”, defende.  

Para Benitez, “é notório, nos últimos anos, o défice de profissionais com competência no futebol”, sendo que “a opção da SAD foi manter o mesmo registo.  

O membro do movimento que contesta Vieira não compreende “a subserviência dos atuais dirigentes do clube aos poderes instalados. 

Segundo o ex-candidato às eleições no Benfica, que viria a desistir e a apoiar Noronha Lopes, “só isso justifica” o “silêncio” do clube relativamente a questões como um necessário “adiamento de jogos”, no período em que o Benfica enfrentava o surto de covid-19, tratamento que “outros clubes tiveram”.  

Também essa subserviência explica o “silêncio perante arbitragens que penalizaram o Benfica”, assim como a ausência de uma posição do clube pelo facto de a Taça de Portugal não ser disputada no Estádio do Jamor, “quando o mesmo estádio foi palco de jogos do Belenenses SAD”. 

“Isso não justifica a desastrosa época do clube”, mas, de acordo com Francisco Benitez, “demonstra a inoperância de uma estrutura acomodada e incapaz de defender os interesses do Benfica 

Uma direção ausente, um treinador perdido, um clube infelizmente sem rumo no presente. Urge recuperar rapidamente o Sport Lisboa e Benfica. Os destinos do clube dependem hoje, mais do que nunca, dos seus associados Saibamos estar à altura do momento”, conclui Francisco Benitez, num texto particularmente duro, que surge numa altura em que os focos de contestação ao dirigente aumentam, depois de mais uma época aquém das expectativas.