Abel Ferreira revalidou o título continental da Taça Libertadores e levou os adeptos do 'verdão' à euforia e loucura com novo prestigiado título na América do Sul, sendo o segundo consecutivo e o terceiro ao nível dos treinadores português, dado que Jorge Jesus venceu uma e o penafidelense Abel Ferreira as duas mais recentes.

Para António Carraça seria importante dar destaque ao que Abel Ferreira tem vindo a fazer em terras de Vera Cruz, até porque, diz o antigo dirigente do Benfica, que trabalhou na Luz com Jorge Jesus, o treinador nortenho tem vindo a fazer "milagres" em São Paulo não tendo, a seu ver, o leque de jogadores que Jorge Jesus tinha no Rio de Janeiro.

"Houve um treinador português que venceu a Libertadores há três anos e referiu que nos próximos 100 anos nenhum treinador português voltaria a ganhar a Libertadores. Jorge Jesus. Um ganhou duas vezes seguidas. E atenção, com um aspeto que para mim é referencial: o Abel Ferreira não teve os atletas que o Flamengo teve. Equipas distintas. Ele construiu uma equipa à sua imagem", avaliou António Carraça, ciente de que, no futebol europeu, os sucessos na América do Sul não criam tanto impacto.

"Eu acho que sim. Os treinadores que têm sucesso a este nível não são valorizados no futebol europeu", salientou o antigo dirigente encarnado, em declarações no canal 11, destacando o feito de Abel Ferreira ao serviço do Palmeiras.

"Atenção, não estou a desvalorizar o trabalho do Abel Ferreira. Pelo contrário. Acompanho o futebol brasileiro e ele fez milagres com trabalho, acreditando que era possível".

António Carraça defende ainda que o antigo treinador do SC Braga tem "caráter" e consegue capitalizar as qualidades dos jogadores que tem no plantel do Palmeiras.

"Gosto do caráter do Abel Ferreira, da forma como se relaciona com os jogadores. É alguém que sabe e tem consciência do trabalho em equipa que o deixa mais perto do sucesso. É inteligente, pensa ao pormenor. Assume responsabilidades sem problemas e define objetivos e cria condições para o atingir".

Carraça salientou ainda que acredita que o melhor nesta altura, porventura, seria a saída de Abel Ferreira do clube para procurar novos horizontes. "Eu acho que, com esta sucessão, havia a intenção de baixar o orçamento e acredito que as coisas se alterem. Não é possível fazer três milagres seguidos e, mesmo assim, dois são complicados".

"Para mim, sem dúvida nenhuma, o melhor era sair", acrescentou António Carraça na leitura feita sobre a campanha que Abel Ferreira tem vindo a fazer em terras de Vera Cruz.