A arbitragem portuguesa não estará representada no Campeonato do Mundo de futebol, que se irá realizar em finais do ano no Qatar. Quer ao nível de árbitros quer ao nível da videoarbitragem, onde Portugal até foi pioneiro na introdução do sistema em provas oficiais, a verdade é que nenhum português árbitro estará na grande competição mundial de seleções.

Em Alvalade, acredita-se que este zero de nomeações lusas acaba por refletir uma ideia que vinha sendo entendida no clube verde e branco e Carlos Xavier, antigo jogador e ex-capitão dos leões, chega mesmo a comparar a arbitragem portuguesa ao sistema de trânsito em África.

"Vocês, se forem a África e andarem no trânsito é tal e qual o que se passa num campo de futebol em Portugal. É pi, pi, pi, pi", comparou Carlos Xavier.

O antigo capitão dos leões lembrou que o trânsito em território africano "não para nunca" e, em Portugal, ao nível da arbitragem, os árbitros "são fracos".

"Quem apita mais alto é que interessa. Em determinados campos a pressão é tremenda", afirmou o antigo futebolista, concordando com uma ideia que tinha sido defendida, na Sporting TV, minutos antes, por Manuel Fernandes, que estava presente no mesmo painel.

Por outro lado, o antigo futebolista avisa que, em Portugal, a arbitragem precisa de ter outra abordagem, sob pena de, vaticina, as entidades internacionais deixarem de convocar árbitros portugueses para provas da envergadura de um Mundial de seleções.

"Enquanto continuarem assim, nunca mais lá chegaremos", avisa o antigo futebolista leonino, concordando que Portugal não tenha qualquer representante de arbitragem no Mundial do Qatar.

"Acho muito bem que nenhum tenha ido ao Mundial. Não merecem", concluiu o antigo futebolista Carlos Xavier, descontente com o trabalho dos árbitros ao longo da temporada em Portugal.

Sobre este tema, recorde-se, falou também Dias Ferreira, antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, para quem não é supresa esta ausência de árbitros no Campeonato do Mundo de futebol a realizar no Qatar neste ano.

"Só para alguém que viva em Marte e não tenha nada a ver com o futebol nacional", afirmou o antigo dirigente dos leões, muito crítico em relação ao trabalho dos árbitros nacionais.

"A arbitragem portuguesa não presta, não é independente e isenta e a culpa é do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol e da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), que são uma e a mesma coisa, e ambas sem qualidade", afirmou o antigo dirigente verde e branco.