Prolongamento
"Todos conhecemos aquelas equipas com sofisticadas coreografias de intimidação"
2022-03-09 09:45:00
"Apita-se de ouvido e apita-se a pedido", diz ex-dirigente do Sporting

As constantes paragens dos jogos no principal campeonato de Portugal têm dado que falar, com reparos à forma como os árbitros conduzem as partidas da I Liga, mas também das competições internas. O tempo útil de jogo na Liga portuguesa está vários patamares abaixo na comparação com aqueles campeonatos tidos como de primeira linha e, por isso, 'soam alarmes' internamente.

Carlos Barbosa da Cruz, antigo dirigente do Sporting, compreende os dados agora revelados e diz que é necessário mudar o rumo da situação. "Se há pouco tempo útil de jogo é porque os nossos árbitros não dão os descontos de compensação adequados às paragens e incidências que o jogo tem", afirmou o antigo dirigente verde e branco, certo de que, em Portugal, "apita-se de ouvido e apita-se a pedido".

Lamentando algumas performances de árbitros a nível nacional, o ex-dirigente verde e branco Carlos Barbosa da Cruz refere ainda que "um árbitro defensivo é mais permeável ao caseirismo" e a outras circunstâncias, que identifica.

"Ao teatro, ao constrangimento, aos bancos ululantes, ao ambiente, ao protesto", acrescentou o antigo dirigente leonino Carlos Barbosa da Cruz, sublinhando que os adeptos conhecem equipas que "apuraram sofisticadas coreografias de intimidação".

Em artigo de opinião que assina no Record, Carlos Barbosa da Cruz diz que, se a ideia passa por potenciar a I Liga, então é necessário que a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) "estar menos preocupada com a honra dos seus filiados" e "mais com a personalidade e aptidões técnicas".

O principal campeonato nacional português ocupa o 31.º lugar no ranking do tempo útil de jogo, isto numa análise realizada em 36 ligas europeias que foram verificadas após a temporada 2018/2019.

Segundo o estudo conduzido pelo Observatório de Futebol Mundial, a I Liga portuguesa conta com uma média de 57.09 minutos de futebol em cada partida realizada.

O tema há algum tempo que vem dando que falar mas tem vindo a ganhar importância desde que ocorreu um clássico no Estádio do Dragão entre FC Porto e Sporting e, segundo dados estatísticos, a partida teve menos de 42 minutos de tempo útil de jogo.

Carlos Barbosa da Cruz sustenta que é necessário que as equipas de arbitragem olhem para estas estatísticas e procurem conduzir os encontros de uma outra forma. De resto, o antigo dirigente dos leões sublinha que, em Portugal, apitam-se as faltas mais "ridículas" e mais "virtuais" no plano do futebol europeu.