A semana ficou marcada pela controvérsia gerada em torno das declarações de Frederico Varandas e Pinto da Costa, presidentes do Sporting e FC Porto, respetivamente, que estiveram envolvidos numa troca de acusações intensa.

De um lado, Pinto da Costa defendeu que Varandas foi o maior beneficiado do ataque a Alcochete, sendo que deveria "dedicar-se à medicina", abandonando o futebol. Do outro, o líder leonino foi mais duro, considerando que "um bandido é sempre um bandido", apontando o dedo ao seu homólogo portista e numa alusão ao célebre processo Apito Dourado. 

O assunto preencheu programas de debate desportivo, sendo que num deles, que conta com a participação de Calado, o ex-futebolista lembrou o célebre ambiente de "toxicidade", que levou a SIC Notícias e a TVI24 a porem termo a espaços de debate que contem com a presença de adeptos de FC Porto, Benfica e Sporting.

Calado começou por analisar as acusações de Pinto da Costa, considerando que o dirigente não deveria ter proferido aquelas palavras. Mas a reação de Frederico Varandas também não merece a aprovação do antigo jogador. 

"Quando se diz que o único beneficiado do ataque a Alcochete foi Varandas e se diz que, se ele saísse do Sporting, prestava melhor serviço se fosse novamente para a medicina, isto não é atacar pessoalmente uma pessoa. Isto não é brincadeira. Tanto um como outro, que usaram palavras duras, fizeram mal ao futebol", resumou.

Mas rapidamente o raciocínio de Calado seguiu para o ponto central: as controvérsias jamais serão erradicadas do futebol se os dirigentes mantiverem esta postura de guerrilha. 

"O engraçado é que, depois, nós, os comentadores, é que fomentamos a polémica...", ironizou. "Nós temos de comentar o que os melhores dirigentes do nosso futebol dizem. Eles entram em guerras pessoais que nada têm que ver com os clubes. E depois os comentadores é que entram em polémicas", complementou.

Para o ex-jogador, ninguém ficou bem nesta 'fotografia'. "Uma coisa é certa: [Pinto da Costa e Frederico Varandas] prestaram um péssimo serviço ao futebol português e não estiveram à altura das instituições que representam", concluiu.

Recorde-se que esta discórdia entre FC Porto e Sporting, que teve origem nos respetivos presidentes, teve origem na declaração de Varandas após o clássico de Alvalade, que opôs as duas equipas.

Numa entrevista ao Porto Canal, o dirigente máximo do clube da Invicta respondeu, considerando que o líder do Sporting prestaria um serviço ao clube se se dedicasse à medicina.

Frederico Varandas respondeu na mesma moeda e ainda de forma mais dura, aludindo ao Apito Dourado e considerando que "um bandido é sempre um bandido", referindo-se a Pinto da Costa.