Prolongamento
TAS irradia ex-líder da federação por crimes sexuais contra jogadoras afegãs
2020-07-14 19:55:00
“Num caso de gravidade sem precedentes, o TAS confirmou a importância da política de tolerância zero da FIFA"

O antigo presidente da Federação de Futebol do Afeganistão Keramuddin Karim viu hoje confirmada pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) a sua irradiação da modalidade por crimes sexuais cometidos contra jogadoras da seleção entre 2013 e 2018.

“Num caso de gravidade sem precedentes, o TAS confirmou a importância da política de tolerância zero da FIFA contra os abusos físicos, mentais e sexuais em todos os níveis do futebol, assim como a idoneidade das sanções mais duras em tais casos”, congratulou-se a FIFA.

O ex-dirigente, que em 2014 recebeu em nome da sua federação o prémio ‘Fair Play’ da FIFA, tinha sido banido em junho de 2019 pela Comissão de Ética deste organismo, que o acusou de violar o código de ética nos artigos 23, sobre proteção da integridade física e mental, e o 25, sobre abuso de posição.

A investigação surgiu na sequência de denúncias de várias jogadores que testemunharam perante o TAS em lugar seguro, por telefone com codificador de voz para proteger a sua identidade.

O TAS concluiu que as ofensas de Keramuddin Karim violaram os direitos humanos mais básicos, danificaram a dignidade e integridade mental e física das jovens futebolistas, além de destruir as suas carreiras.

Ao prejudicar severamente as suas vidas, recebeu a sanção mais dura, acrescida de uma multa de cerca de 935 mil euros. Desconhece-se se vão decorrer ações nos tribunais civis por estes crimes.

Em comunicado, o organismo que rege o futebol mundial elogiou a “valentia das vítimas que, em terríveis circunstâncias pessoais no seu país de origem, deram o seu testemunho e permitiram que se fizesse justiça”.

“Acreditamos que o seu exemplo encorajará outras vítimas e sobreviventes de circunstâncias tão terríveis a denunciá-las no futuro, sabendo que elas podem contar com o apoio da FIFA a toda a hora”, acrescentou a FIFA.

O organismo sedeado na Suíça recorda que tem um número de telefone confidencial para a denúncia destes casos, que merecem a sua maior atenção.