O balneário é o território 'sagrado' de um plantel, onde os jogadores fortalecem laços, descarregam a sua frustração, onde muita coisa se passa e que fica, ou deve ficar, no 'segredo dos Deuses'. Porém, no que ao Benfica diz respeito, nos últimos tempos, várias informações têm sido lançadas na imprensa. Umas não foram confirmadas pela realidade, outras acabaram por sê-lo.

Algum tempo antes de deixar a Luz, Jorge Jesus lamentava que o nome de Otamendi, por exemplo, tenha sido colocado na praça pública por causa de um alegado desentendimento com o então treinador da equipa principal lisboeta. E Jorge Jesus assegurava que os jornalistas não inventam notícias, sendo que, se aquela informação teria saído, de algum lado viria.

"Para escreverem, alguém teve de passar esta notícia. Não interessa quem foi, o que me interessa é dizer aos benfiquistas que podem estar seguros, porque o grupo está unido, e se os resultados não aparecerem não é por este motivo", comentava Jorge Jesus, em conferência de imprensa, antes do duelo frente ao SC Braga, que acabaria com uma goleada aplicada pelas águias aos minhotos.

Carlos Freitas, antigo dirigente de Sporting, SC Braga, Vitória de Guimarães e Fiorentina, entre outros clubes, aponta para a necessidade de o Benfica perceber de onde aparecem as ditas fugas de informação.

"Quem está dentro tem que justificar quem é que faz isso e colocar fora", aconselhou Carlos Freitas, socorrendo-se do termo "toupeira" para dizer que afastar quem está a passar informações para o exterior será o melhor caminho na vida das águias.

"Se isso acontecer, e parece evidente que acontece, naturalmente que haver uma 'toupeira', pelo menos, tem que se identificá-la e pô-la fora porque é impossível ter sucesso seja com Jorge Jesus, Nélson Veríssimo, [Jürgen] Klopp ou Guardiola".

Em declarações na SIC Notícias, o antigo dirigente lembra ainda que há coisas que se passam no balneário que devem ficar no balneário para sempre. E até dá exemplos práticos. "Discussões, pontapés nos cestos, murros no cacifo isto acontece do Alverca até ao Barcelona".

Em todo o caso, Carlos Freitas refere que é preciso que o poder esteja do lado da administração e não do lado dos jogadores. "Com todo o respeito pela classe, não são os jogadores que podem mandar nos clubes". "Para isso é que existem cadeias hierárquicas", finalizou Carlos Freitas.

No episódio mais recente de informações que, alegadamente, sairam do balneário das águias, um comentador portista disse num programa de televisão que Pizzi terá sido colocado a treinar à parte e o grupo uniu-se contra Jorge Jesus coisa que, aos olhos de Octávio Machado é "triste".