A saída de Luís Filipe Vieira da liderança do Benfica veio acompanhada de um manto de silêncio. Mesmo perante informações sensíveis, a direção de Rui Costa não emite esclarecimentos, não faz desmentidos e recusa expor-se ao mediatismo de um caso sem par na história do clube encarnado: a detenção de um presidente em funções.
A suspensão do mandato, por parte de Luís Filipe Vieira, colocou Rui Costa na liderança. A renúncia desse mesmo mandato tornou essa liderança irreversível, até à realização de eleições. Entretanto, surgem ecos de uma alegada desilusão, por parte do ex-dirigente encarnado, que se diz vítima de uma alegada traição. Afinal, quem virou as costas a Vieira?
Futre levanta o véu sobre esta questão. Num debate onde se abordava esse sentimento de Luís Filipe Vieira, o antigo futebolista deixou escapar que falou com uma das partes.
“Ruizinho fora disto tudo. É o que eu sei. Na semana passada dizia-se que o Luís e o Rui estavam de costas voltadas e isso é mentira. Ruizinho fora disto. Ruizinho fora desta confusão”, revelou o antigo futebolista, no programa Liga D’Ouro.
Paulo Futre recusa especular sobre o tema, mas refere também que tinha de se informar sobre um alegado corte de relações entre o ex-presidente e o seu sucessor.
“Pelo carinho e admiração que tenho ao Rui e ao Luís, eu tinha de saber o que se estava a passar entre os dois. A partir do momento em que soube que estava está tudo bem, não posso dar palpites sobre temas que são tão sensíveis”, diz ainda.
“O tema é sério, é sensível. Cuidado que eu sou amigo do Rui e do Luís. O tema é delicado. Não posso dizer mais do que isto, publicamente. Mesmo ouvindo uma parte não posso dar palpites (...) Rui Costa é um campeão, que está a aguentar o barco”, disse.
Nos últimos dias, surgiram informações de que Luís Filipe Vieira estaria magoado com alguns elementos da direção, pela forma como a saída do dirigente se processou e pela ausência de mensagens de apoio. Futre assegura que Rui Costa não é visado neste sentimento. O antigo futebolista não entra em especulação e manifesta apenas solidariedade para com o ex-presidente encarnado.
“Não há provas. Há presunção de inocência. Eu não me acreditava que o meu querido Rui estivesse mal com o meu querido Luís”, afirmou Futre, palavras que não encontram eco nos atuais dirigentes do Benfica.
“Eu acho que ele vai sair inocente disto. Quando soube disto, a primeira coisa que fiz foi enviar-lhe uma mensagem, quando ele foi detido. Ouvi tanta coisa que até pensei: ‘o meu amigo cometeu algum erro’. Depois, ouvi que é preciso fazer buscas e encontrar provas. (…) Fiquei triste. Mas, do que eu vejo, não há nada... Fez uma obra tremenda. Ele vai sair inocente disto e vai ser reconhecida a obra que ele fez”, conclui.