Sociólogo e jornalista italiano diz que “futebol em Portugal é um lóbi muito forte”
Pippo Russo, sociólogo e jornalista italiano, acredita que “em qualquer país, Rui Pinto encontraria uma atitude muito diferente por parte das autoridades policiais e governamentais”.
Em entrevista ao ‘Jornal Económico’, Pippo Russo defende que “há um tratamento bipolar e esquizofrénico por parte das autoridades portuguesas” em relação a Rui Pinto, que se encontra em prisão preventiva.
O sociólogo e jornalista italiano vai mais longe e aborda a ligação futebol-política, com críticas à mistura.
“Em países como Portugal, o futebol instrumentaliza a política e não o contrário. O futebol em Portugal é um lóbi muito forte”, sublinha, ao ‘Jornal Económico’.
No entendimento deste sociólogo, Rui Pinto, que se assume como denunciante do ‘Football Leaks’ e do ‘Luanda Leaks’, tocou “nos interesses dos principais clubes de futebol em Portugal e no interesse de um ‘superagente’ português”, refere, sem nunca mencionar o nome de Jorge Mendes, mas deixando claro que o empresário “é mais do que um agente de futebol”.
Apesar de estar em prisão preventiva, Rui Pinto está disponível para trabalhar com as autoridades nacional. Francisco Teixeira da Mota, um dos advogados que defende o fundador do Football Leaks, assegura que o denunciante continua disponível para trabalhar com as autoridades portuguesas e estrangeiras, na tentativa de descobrir eventuais crimes fiscais.
O pirata informático continua detido, dado que os tribunais têm recusado os pedidos de libertação, mas muitas vozes se têm ‘levantado’ no sentido de pedir a sua saída da prisão.
No passado final de semana, algumas centenas de pessoas juntaram-se, no Porto, para pedir que Rui Pinto seja libertado.
Em prisão preventiva desde 22 de março de 2019, Rui Pinto vai responder em tribunal por 90 crimes, nomeadamente seis crimes de acesso ilegítimo, 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão.
