Miguel Poiares Maduro, antigo ministro e ex-presidente do Comité de Governação da FIFA, não deixa cair no esquecimento o apoio (entretanto retirado pelo presidente do Benfica) que António Costa deu à recandidatura de Luís Filipe Vieira.

"Quando o primeiro-ministro atesta a honra de quem está perante a justiça, isto não é irrelevante para com essa própria justiça", considera Poiares Maduro.

Em artigo de opinião no Jornal de Notícias, o ex-governante sustenta que esta situação "não deixará de alimentar suspeitas sobre qualquer que vier a ser o resultado a que chegará a justiça".

Para Poiares Maduro, o apoio de António Costa a Vieira, fazendo parte de uma comissão de honra é algo "mais grave que os casos conhecidos até hoje de apoios por presidentes de câmara nas eleições de diferentes clubes".

Admitindo que António Costa enquanto cidadão tem o direito de ter a sua preferência clubística, Poiares Maduro não compreende como é que o primeiro-ministro aceitou dar apoio a "alguém envolvido em investigações criminais".

Poiares Maduro, que já desempenhou funções no futebol e também já passou pela política, assume ainda que gosta da separação destas duas realidades.

"Não é por isso aceitável que os detentores de cargos públicos aceitem participar em comissões de honra ou em órgãos de clubes de futebol."

Na passada semana, na sequência da polémica que se instalou, Luís Filipe Vieira retirou da comissão de honra da sua recandidatura todos os titulares de cargos públicos.

Vieira deverá ter a oposição nas eleições ao Benfica de Noronha Lopes, Rui Gomes da Silva, Francisco Benítez e Bruno Costa Carvalho.

O ato eleitoral deverá ocorrer no próximo mês, sendo que a data ainda não foi divulgada.