Prolongamento
"Quando há necessidade de um intérprete perde-se grande percentagem da mensagem"
2022-05-24 11:35:00
"É desejável que o grupo que vai trabalhar com o novo treinador seja o quanto antes isolado", aconselha Carlos Freitas

O Benfica inicia um novo ciclo com Roger Schmidt à frente da equipa técnica. O treinador alemão chega ao clube da Luz com o claro objetivo de devolver o emblema encarnado ao patamar superior do futebol português, ciente de que terá pela frente a missão de 'limpar' a imagem que a equipa tem deixado nas últimas épocas.

O técnico germânico abraça uma nova aventura, depois de ter estado a trabalho no PSV, dos Países Baixos, e, em Portugal, irá enfrentar algumas dificuldades inicialmente, a começar pela comunicação. Roger Schmidt não fala português mas Carlos Freitas, antigo dirigente do Sporting, Fiorentina, SC Braga e Vitória de Guimarães, entre outros clubes, considera que a estrutura das águias irá tentar ultrapassar rapidamente essa questão.

Desde logo porque, avisa Carlos Freitas, "a comunicação direta é fundamental neste tipo de processo numa equipa de futebol". "Quando há necessidade de meter um intérprete perde-se grande percentagem da mensagem que muitas vezes o treinador tem que passar em momentos decisivos", refere o antigo dirigente leonino, certo de que o treinador germânico deverá ter aulas de português para que a comunicação no balneário seja feita sem problemas.

"Agora, seguramente, Roger Schmidt terá um curso de português nos primeiros tempos em que cá chegar não tenho dúvida nenhuma", vaticina Carlos Freitas, que falava em declarações na SIC Notícias.

Por outro lado, Carlos Freitas lembra que aos jogadores, atualmente, é pedido que dominem algumas expressões da língua universal - inglês.

"Da mesma forma que qualquer jogador que hoje em dia chega ao Benfica terá de fazer um esforço, pelo menos, de ter uma noção do inglês por forma a que esse problema seja mitigado", indica o antigo dirigente verde e branco, certo de que, seja como for, a comunicação seja em português, alemão ou inglês no balneário do Benfica entre o treinador e os jogadores não será problema.

"Nunca será um obstáculo para que se contrate um treinador estrangeiro o problema da língua. Isso não me parece", abordou Carlos Freitas, deixando ainda um outro conselho para a estrutura encarnada.

Numa altura em que são muitas as dúvidas e interrogações a respeito do plantel para a nova época, Carlos Freitas diz que o Benfica terá de 'fechar' o plantel e blindá-lo o quanto antes.

"É desejável que o grupo que vai trabalhar com o novo treinador seja o quanto antes isolado e não tenha que partilhar o desencanto daqueles que não vão ficar bem como criar outro tipo de ambiente", concluiu.