Prolongamento
"Os portugueses estão no terreno que mais gostam. Já ninguém presta na Seleção"
2021-06-21 14:35:00
"Os que ficaram na bancada é que são os melhores", refere Diamantino Miranda

O ecos da derrota de Portugal em Munique frente à Alemanha ainda se fazem sentir, sobretudo porque os campeões europeus ainda dependem de si mesmos para avançarem no Euro2020 mas terão pela frente, na quarta-feira, a França, atual campeã do mundo que ainda não tem as suas contas fechadas e entrará em campo, na Puskás Arena, a necessitar de pontos para continuar em prova.

Fernando Santos, o selecionador nacional, tem sido fortemente atacado pela quase generalidade dos comentadores, nomeadamente em relação às apostas para o meio-campo, até porque o técnico português, que em 2016 conduziu Portugal à histórica conquista do Campeonato da Europa, tem vindo a optar por colocar Danilo Pereira e William Carvalho a povoar o miolo.

Entre as vozes que se têm ouvido, nem todos culpam o selecionador nacional. Diamantino Miranda reconhece que tem críticas a fazer dentro daquilo que se tem visto de Portugal no Euro2020 mas lembra que o jogo de Munique colocou os portugueses que gostam de futebol no "terreno que mais gostam".

"Os portugueses que gostam de futebol estão no terreno que mais gostam", atirou, justificando esta ideia na lógica de que atualmente já se diz que "já ninguém joga nada, já ninguém presta, os que ficaram na bancada é que são os melhores".

O antigo internacional português não alinha no tom crítico a Fernando Santos e diz que é preciso perceber das coisas para falar nelas. E nesse sentido, Diamantino Miranda destaca que para se avaliar o comportamento da turma das quinas seria necessário perceber o que foi pedido aos jogadores.

"Tem que se criticar e eu tenho a minha opinião. Mas eu para fazer uma crítica mais correta tinha de falar com o Fernando Santos e saber qual foi a estratégia do jogo", sublinhou Diamantino Miranda, não alinhando no leque de críticos que têm apontado o dedo a Nélson Semedo em relação aos golos que Portugal sofreu em Munique diante da 'mannschaft'.

"Já ouvi tantas críticas individuais", lamentou Diamantino Miranda, socorrendo-se da sua experiência enquanto treinador e ex-futebolista para destacar que futebol é um jogo coletivo.

"Quando se sofre um golo de cruzamento, quem está na bancada, faz logo críticas direitinhas aos centrais. Os treinadores, normalmente, 'caem' em cima do lateral que deixa cruzar."

Em comentário na CMTV, Diamantino Miranda referiu que ainda em relação ao jogo frente à Alemanha, a chamada "grande culpa foi do lado da bola que não se foi pressionando".

Embora ainda dependente do que fizer em campo frente à França, em caso de derrota, Portugal terá de fazer contas para tentar o apuramento para a próxima fase da competição.