Prolongamento
"Porque não há arguidos na Operação Prolongamento? Meter medo ainda assusta"
2022-03-16 11:15:00
"Interrogo-me sobre as razões pelas quais tudo quanto tem que ver com o FC Porto é tão complicado", diz Barbosa da Cruz

Uma queixa do Sporting motivou a instauração de processos disciplinares por parte do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol ao treinador portista Sérgio Conceição, ao vice-presidente dos dragões Vítor Baía e ao assessor de comunicação Rui Cerqueira. 

Os incidentes no final do clássico entre FC Porto e Sporting continuam a dar que falar, sendo que Carlos Barbosa da Cruz lamenta o silêncio governantivo em relação a esta situação, até porque notou que o governo tomou posição sobre tochas lançadas por adeptos leoninos e das águias em jogos recentes.

"Temos o FC Porto a esfregar as mãos de contente", afirma Carlos Barbosa da Cruz, lamentando o silêncio do governo em relação aos desacatos verificados no Estádio do Dragão no final do FC Porto-Sporting do campeonato.

"Houve até um governante, com tutela sobre o desporto, que entendeu oportuno pronunciar-se publicamente sobre o flagelo das tochas mas pasme-se deixou-se ficar calado sobre os desacatos no Porto", acrescentou o antigo dirigente do emblema de Alvalade, insistindo que o ocorrido no palco portista é de "superlativa gravidade".

Para Carlos Barbosa da Cruz, o "recrutamento de agentes exteriores para exercícios de agressão e constrangimento é das mais deprimentes manifestações de falta de fair-play".

Por outro lado, o antigo dirigente do Sporting não compreende como é que o Estádio do Dragão continua sem uma ordem de interdição e foi instalado no país uma espécie de "pacto de silêncio à espera do efeito branqueador do esquecimento".

"Interrogo-me sobre as razões pelas quais tudo quanto tem que ver com o FC Porto é tão complicado", diz Carlos Barbosa da Cruz e concretiza algumas das suas dúvidas.

"Porque é que não há ainda arguidos na Operação Prolongamento, porque é que os árbitros apitam tão mal no Dragão", questiona Carlos Barbosa da Cruz, em artigo de opinião que assina no jornal Record.

O antigo membro dos corpos diretivos do emblema de Alvalade relata ainda não perceber porque existe uma "sistemática condescendência para os desmandos disciplinares, os cartões cirúrgicos e por aí fora".

Depois de referir que ainda tem na memória as "peitadas de Jorge Costa a António Rola [ex-árbitro]" ou as "perseguição de Paulinho Santos a José Pratas [ex-árbitro]" ou ainda a "escolta de Pinto da Costa na entrada do Tribunal de Gondomar", quando foi inquirido por conta do processo Apito Dourado prendem-se com uma questão "antiga e cultural". No fundo, Carlos Barbosa da Cruz entende que, afinal, "meter medo ainda assusta muito boa gente".