Rui Pinto, criador do Football Leaks, defendeu que as autoridades portuguesas não têm interesse em desvendar os alegados casos de corrupção no futebol.
O comentário foi feito, no Twitter, depois do hacker, que está a ser julgado no âmbito do processo Football Leaks, ter sido chamado pelo PAN à comissão de inquérito ao Novo Banco.
Em reação a essa chamada, Rui Pinto disse estar disponível para "fundamentar a denúncia" que tinha feito através do Luanda Leaks.
Surgiu, então, o desafio de um seguidor: "Porque é que a Secretaria de Estado do Desporto não o chama para falar sobre as suspeitas do futebol?".
Em resposta, o hacker sustentou que não há interesse numa "comissão parlamentar de inquérito aos negócios obscuros/corrupção no futebol português".
"Os poderes instalados não querem lidar com a verdade porque a indústria gere milhões e entretém o povo", argumentou Rui Pinto.
Para reforçar o argumento, o criador do Football Leaks desafiou os interessados a compararem os relatórios e contas dos clubes com as 'Listas de Intermediários e Transações'.
"A regulação é zero", concluiu Rui Pinto.
Rui Pinto foi chamado pelo PAN a explicar, no Parlamento, um alegado desvio de 600 milhões de euros através do BES Angola.
Já o Bloco de Esquerda chamou, também para a comissão de inquérito ao Novo Banco, Luís Filipe Vieira.
O presidente do Benfica foi chamado na qualidade de responsável da Promovalor, empresa que está na lista de devedores ao banco.
Hoje, o Jornal de Notícias avançou que também o PS pediu a audição de Luís Filipe Vieira.
Uma CPI aos negócios obscuros/corrupção no futebol Português? Os poderes instalados não querem lidar com a verdade porque a indústria gere milhões e entretém o povo. Basta comparar os R&C dos clubes com as 'Listas de Intermediários e Transações' para se ver que a regulação é zero https://t.co/lOol0V0Dqr
— Rui Pinto (@RuiPinto_FL) December 29, 2020