Prolongamento
"Os subterrâneos do futebol ainda têm muita força"
2022-03-03 10:30:00
"Silêncio" dos "poderes constituídos" é revelador de que "anseiam que tudo se esqueça", diz ex-dirigente leonino

O final dos jogos em Portugal tem revelado confusões e desacatos, não apenas nos clássicos mas também em outras partidas jogadas em território luso. Carlos Barbosa da Cruz, antigo dirigente do Sporting, entende que as instâncias que tutelam o desporto português têm de colocar um 'travão' nesta situação a que chama de "tesourinhos deprimentes".

Para o antigo membro dos corpos sociais do Sporting, o "silêncio" dos "poderes constituídos" é revelador de que "anseiam que tudo se esqueça". Mas Carlos Barbosa da Cruz não esquece o que se passou no Estádio do Dragão, no final do encontro para o campeonato entre FC Porto e Sporting, há poucas semanas.

Em Alvalade, por ocasião da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, Rúben Amorim e Sérgio Conceição estiveram no relvado com a cabeça encostada durante alguns segundos, sendo rodeados rapidamente por elementos de FC Porto e Sporting, evitando-se cenas como as que se assistiram no anfiteatro portista entre dragões e leões.

Carlos Barbosa da Cruz entende que é necessário acabar com confusões e desacatos no final dos encontros e aconselha a que, por exemplo, as equipas entrem e deixem o relvado de forma separada, para evitar cenas "degradantes". E considera que o poderiam fazer quer ao intervalo quer no final dos jogos.

Por isso, o antigo dirigente leonino apresenta ainda outras sugestões que entende que seriam úteis para que tais situações não fossem repetidas nos estádios portugueses, como, por exemplo, "proibir o acesso ao relvado de quaisquer elementos exteriores uma vez terminado o jogo".

Em artigo de opinião que assina no jornal Record, Carlos Barbosa da Cruz considera também que "reduzir drasticamente o número de pessoas credenciadas para se sentarem nos bancos" poderia mudar o contexto que se vem assistindo.

Se até ao momento nada foi feito, Carlos Barbosa da Cruz questiona a razão para que tudo continue sem ser feito. E perante isto, o antigo dirigente dos leões entende que "os subterrâneos do futebol ainda têm muita força".

Trata-se de uma "amarga constatação", sustenta Carlos Barbosa da Cruz, esperando que as coisas possam ser alteradas o quanto antes na realidade do futebol nacional.

Em relação ao final do encontro de Alvalade, Rúben Amorim explicou a razão para ter ido ter com Sérgio Conceição. "Nunca fui santo, nunca vou ser e há coisas bem piores no futebol português", disse o técnico verde e branco, explicando que não gostou de ver o banco portista aplaudir um amarelo que Artur Soares Dias deu a Pedro Porro.