Os episódios do interesse do Flamengo em Jorge Jesus sucedem-se e o Benfica já tomou posição e, ainda que não se tenha alongado em grandes comentários, esclareceu que o técnico, que tem contrato até final da temporada, vai permanecer, até porque tem o desejo de ser "campeão" pelo emblema lisboeta.
Por seu turno, o adjunto de Jorge Jesus confirmou que o treinador se encontrou com uma comitiva do Flamengo, que tem estado em Lisboa nos últimos dias, mas alinhou pela mesma ideia do clube da Luz ao assumir que o técnico espera continuar a treinar o Benfica. "Jesus disse que não pode e não quer, neste momento, abandonar o Benfica", referiu João de Deus, sustentando que o encontro se deu com o conhecimento do Benfica e de Rui Costa, presidente das águias.
Carlos Freitas, antigo dirigente do futebol português, diz que se vai assistindo a um "enredo" com toques de "surrealismo". "O Salvador Dalí, que foi um dos maiores representantes do surrealismo, não enjeitaria este enredo [Jesus-Flamengo] para uma obra-prima", comentou, salientando que a forma de atuar dos dirigentes do Flamengo não é comum.
"Ninguém atua assim. Não está aqui a questão europeia ou sul-americana ou até africana. Está uma questão comportamental e de normalidade", acrescentou Carlos Freitas, sublinhando que não acredita, por exemplo, que Rui Costa fosse capaz de ter idêntico comportamento.
"Não consigo imaginar que Rui Costa, de hoje para amanhã, num processo idêntico, seja daqui a seis meses, um ano ou dois vá a Itália, se faça anunciar antes de partir, se faça anunciar quando chegar, que diga que tem várias reuniões".
Para o antigo dirigente do Sporting, que trabalhou com Jorge Jesus no SC Braga, o Flamengo "está a assumir o surrealismo desde a primeira hora".
E apesar do Benfica não se alongar em muitos comentários, Carlos Freitas diz que percebe grande parte da postura de silêncio do Benfica ao longo dos dias. "Consigo compreender o silêncio do Benfica em alguns aspetos, nomeadamente na parte caricata de tudo isto".
"O Benfica tem um treinador com contrato", reiterou Carlos Freitas, destacando que existe uma "sucessão diária de episódios caricatos" a envolver o interesse do Flamengo em Jorge Jesus.
Em declarações na SIC Notícias, Carlos Freitas referiu ainda que Rui Costa, na condição de presidente do Benfica, "tem toda a legitimidade para se pronunciar ou não mediante a sua intenção e o momento que ele julgará que é profundamente indispensável".