O lance que envolve Pepe e Coates, no clássico entre Sporting e FC Porto, continua a preencher páginas de jornais, com artigos de opinião. Desta vez é Carlos Barbosa da Cruz, ex-dirigente do Sporting, a criticar o comportamento do defesa-central dos dragões. Num artigo de opinião publicado hoje no jornal Record, o advogado sustenta que "nem o portista mais enpedernido poderá defender que o gesto não foi intencional".
"Se é aceitável que, pelo lugar que ocupa, Pepe não possa ser um menino de coro, nem é isso que se lhe pediria, não é menos verdade que os anos não lhe têm trazido a serenidade dos predestinados, antes pelo contrário. Vêm estas reflexões a propósito do murro que Pepe resolveu dar em Coates, a coberto de uma disputa de bola", enquadra.
Pepe, recorde-se, atinge Coates no rosto, num lance dentro da área que divide opiniões: há quem considere o contacto casual, sem intenção, mas há quem entenda precisamente o oposto. É o caso de Carlos Barbosa da Cruz, que vislumbra uma evidente premeditação do defesa do FC Porto.
"Claro que fico perplexo com a passividade do VAR, mas o que mais me choca é o arruaceirismo que este comportamento indicia, de aproveitar a confusão para 'dar fruta', à má-fila, no adversário", escreve o antigo dirigente do Sporting, que reprova o comportamento de Pepe nessa jogada.
O lance, recorde-se, levou o Sporting a enviar à Comissão de Instrutores da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) um pedido para a elaboração de um auto de flagrante delito. Os leões tiveram como base as imagens televisivas. Nos próximos dias, haverá uma decisão daquela comissão.
Para Carlos Barbosa da Cruz, não há a menor dúvida de que há uma agressão: "As câmaras estão atentas e o que ontem passava despercebido hoje é escrutinado por todo o país".
O advogado faz um histórico sobre os lances de agressões que envolveram Pepe, ao longo da sua carreira, mas não deixa de elogiar o jogador. "Que não haja dúvidas, considero Pepe um dos melhores jogadores da sua geração, um defesa com qualidades físicas e técnicas inatas, muito acima da média, que lhe permitem, à porta dos 40 anos, manter níveis exibicionais no FC Porto e na seleção sempre num patamar de excelência", assinala, no Record.
Porém, Carlos Barbosa da Cruz lamenta que Pepe "não tenha crescido (...), mantendo padrões disciplinares que ensombram a sua classe". E assinana o "lado lunar" do internacional português, que se manifesta com "atitudes disciplinares" que são "inconciliáveis com o seu estatuto como grande jogador".