Prolongamento
"O Ministério Público tem de ler os documentos", afirma Aníbal Pinto
2020-09-04 15:25:00
Ex-advogado de Rui Pinto acredita que vai ser absolvido

O advogado Aníbal Pinto, arguido no caso Rui Pinto/Football Leaks pelo crime de extorsão na forma tentada, expressou hoje a sua convicção de que vai ser absolvido no julgamento que arrancou no Tribunal Central Criminal de Lisboa.

“Vou desmontar a acusação do Ministério Público (MP) ponto por ponto. Vou esclarecer tudo da parte da tarde ao tribunal. A minha estratégia de defesa é muito simples: dizer a verdade e tudo o que digo está documentado. O Ministério Público tem de ler os documentos”, afirmou o advogado aos jornalistas na pausa para almoço, acrescentando: “Não há outra hipótese que não a absolvição”.

Aníbal Pinto, que representava Rui Pinto na alegada tentativa de extorsão à Doyen, em 2015, sublinhou ter agido apenas “enquanto advogado”, declarando-se “absolutamente tranquilo” sobre a sua conduta e o desenrolar do julgamento, presidido pela juíza Margarida Alves.

“Ainda bem que o julgamento já se iniciou, porque o tribunal não vai deixar de esclarecer de forma cabal que não fiz nada de ilícito. Fiz tudo a que estava obrigado em termos deontológicos e legais, portanto, agi sempre na qualidade de advogado. Fui escutado durante não sei quantos meses, a Polícia Judiciária transcreveu as escutas e o MP não juntou nenhumas”, resumiu.

Rui Pinto, de 31 anos, vai responder por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, por 14 de violação de correspondência e por seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol e a Procuradoria-Geral da República, e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 07 de agosto, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e o seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.