Sporting e FC Porto defrontam-se nesta sexta-feira e há episódios e momentos que contam a rivalidade de dois dos mais emblemáticos clubes portugueses. Existem jogadores e treinadores que conheceram bem de perto os dois lados, que serviram os dois clubes e conhecem por isso formas distintas de encarar e enfrentar momentos.
Jaime Pacheco jogou de dragão ao peito e de leão ao peito. Foi uma das grande figuras da sua geração e não nega que encontrou em Alvalade e no antigo Estádio das Antes formas diferentes de encarar o futebol que ajudam a explicar o sucesso que o FC Porto tem vindo a ter nas últimas décadas interna e internacionalmente, ao contrário do Sporting, que tem enfrentado problemas de vária ordem.
Uma dessas situações tem que ver com a forma como viu que a derrota era enfrentada num e no outro palco. Jaime Pacheco sustenta que perder no FC Porto é sinónimo de ambiente de "funeral".
"O sentimento de responsabilidade quando perdíamos no Sporting não era igual ao do FC Porto. Era mais ‘pronto, perdemos, paciência’. No FC Porto não era assim. Se perdêssemos, o ambiente era de um funeral", reconhece Jaime Pacheco.
O antigo futebolista destaca ainda que ao longo do tempo que serviu o emblema lisboeta percebeu que "o Sporting não era tão intenso" na forma de enfrentar os desaires no futebol.
Em todo o caso, o antigo futebol assumiu que procurou sempre defender de igual forma as duas formações. "Não quero desculpar-me, porque eu tanto faço parte do grupo que ganha, como do grupo que perde. Não quero dizer que no Sporting não trabalhassem todos muito, porque trabalhavam, mas o espírito era diferente", disse Jaime Pacheco, em declarações ao Maisfutebol.
Por outro lado, ao longo dos tempos, FC Porto e Sporting têm até chegado a entendimentos para a cedência de jogadores que fazem o caminho inverso na autoestrada número 1 do país. E outros acabam por, em final de contrato, rumar de um lado para o outro.
Jaime Pacheco explica que quando estava no Sporting chegou a ser seduzido pelo presidente João Rocha a ficar em Alvalade mas preferiu voltar para o Norte do país.
"O João Rocha insistiu muito para eu ficar. Lembro-me que até meteu um Rolex no meu armário para ver se me convencia. Mas eu tinha a vontade de voltar ao Porto", contou Jaime Pacheco, antigo internacional português que brilhou no desporto nacional enquanto jogador na década de 80.