Prolongamento
"Não se entende o silêncio ensurdecedor dos papagaios da confraria"
2022-02-21 11:05:00
"Sempre disponíveis para antemurar o indefendível", estranha Coroado

O nome de Bruno Paixão foi associado, nos últimos tempos, ao Benfica com suspeitas por conta do processo "Saco Azul". O antigo árbitro assegurou já que não teve qualquer pedido por parte das águias. "Nunca nenhum elemento ligado à estrutura do Benfica me pediu o que fosse de negativo, nem por interposta pessoa", garantiu Bruno Paixão, que se vai defendendo das suspeitas, sem que, até ao momento, qualquer entidade ligada à arbitragem tenha saído em defesa do ex-árbitro.

A este propósito, Jorge Coroado, antigo árbitro de futebol, lamenta o silêncio dos que chama de "papagaios da confraria". "Sim, Bruno Paixão jamais teve competência para a função desempenhada, porém não se entende o silêncio ensurdecedor dos sempre disponíveis, para antemurar o indefendível, papagaios da confraria, dita associação de classe".

Para Jorge Coroado, há uma questão que se deve colocar. "Gato escaldado tem medo de água fria? Nos tempos que correm, recordar mensagem de Zeca Afonso: 'Em cada esquina um amigo, em cada rosto igualdade' é utópico", assinalou o antigo árbitro, em artigo de opinião no jornal O Jogo.

Por outro lado, Jorge Coroado disse ainda que espera que a justiça faça o seu caminho para perceber, no final, como toda esta situação irá terminar. "Sendo extemporâneo apontar-lhe o dedo ou dar-lhe a mão, espere-se a justiça funcionar", deseja Jorge Coroado.
 
O antigo árbitro indicou ainda também que "oportunistas, vigaristas, corruptos, etc., há em todas as áreas e segmentos de atividade" em Portugal e no mundo.

Em entrevista à CNN Portugal, Bruno Paixão defendeu-se das suspeitas e admite estar de consciência tranquila, revelando mesmo que não tem problemas em entregar toda a documentação que tem às autoridades.

"Entrego a documentação quando quiserem, deixo lá todos estes documentos. Consigo provar o que tenho e não o que não tenho", prometeu Bruno Paixão, realçando ainda que não manteve qualquer tipo de relação com dirigentes desportivas enquanto foi árbitro.

Questionado se conhecia, por exemplo, Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica, Bruno Paixão esclareceu que apenas se cruzou com ele em cenário de jogos de futebol. 

"Só em ambiente de jogos que apitei. Rui Costa? Também me cruzei com ele no Casa Pia, como árbitro também porque em alguns jogos circulava na zona técnica", assegurou o antigo árbitro de futebol Bruno Paixão, realçando ainda que nunca olhou aos nomes dos clubes durante a sua carreira. Bruno Paixão diz que encarou sempre as partidas entre "clube A" e "clube B".