Prolongamento
"Não havia necessidade de retirar parágrafos e juntar emails"
2022-06-27 12:55:00
"Francisco J. Marques presta péssimo serviço à própria instituição que lhe paga a parte do ordenado não penhorado"

O juiz Carlos Alexandre decidiu levar a julgamento Francisco J. Marques, diretor de Informação e Comunicação do FC Porto, juntamente com o comentador do Porto Canal Diogo Faria e o jornalista Júlio Magalhães por conta da divulgação de emails do Benfica em várias emissões do canal nortenho, nos últimos anos.

Rita Garcia Pereira, advogada e antiga dirigente do Sporting, simplificou a leitura do despacho de pronúncia do juiz Carlos Alexandre. "Aqui o que está em causa é, por um lado, a forma como foram obtidos e, por outro, a forma como foram divulgados. São coisas diferentes. E muita da resposta de Carlos Alexandre vem em função das alegações dos próprios arguidos ali", explicou Rita Garcia Pereira.

Além disso, a antiga dirgente do Sporting diz que "este despacho [de pronúncia] é a resposta ao que eles próprios alegaram". O que terão alegado a fazer fé nas notícias?", interroga Rita Garcia Pereira, lançando algumas possibilidades de acordo com a situação.

"Que não manipularam nada, primeiro, que os emails apesar de terem sido obtidos de forma ilegal a sua publicação justificava-se pelo interesse público nas informações que os mesmos continham e ainda que estavam ao abrigo dos direitos e dos deveres dos jornalistas o que é extraordinário quanto a dois deles, vamos dizer assim", comentou a antiga dirigente do Sporting.

Rita Garcia Pereira sustentou ainda que "as respostas e a decisão do juiz Carlos Alexandre são no fundo [para] rebater estas decisões seja porque não estavam nas funções de jornalista, seja porque não entregaram os emails".

Em declarações no canal de televisão CMTV, Rita Garcia Pereira salientou ainda que até admite que jornalistas, ao abrigo dos direitos e deveres do código deontológico dos jornalistas, poderiam ter feito esta divulgação.

"Eu até acho que os jornalistas mesmo jornalistas, que cumpram o código deontológico que se lhes aplica, que não era o caso, poderiam ter divulgado o conteúdo dos emails. E, por seu turno, o que eu não consigo perceber é o distorcer-se", declarou a antiga dirigente dos leões.

"Não havia necessidade no meio disto tudo. Não havia necessidade de retirar parágrafos, juntar emails", referiu Rita Garcia Pereira, acrescentando ainda que, a seu ver, "não é a primeira vez e não será a última que Francisco J. Marques presta um péssimo serviço a tudo".

"À Justiça desportiva, à Justiça no geral e até à própria instituição que lhe paga a parte do ordenado que não está penhorada", concluiu a antiga dirigente do Sporting.