Jorge Mattamouros, sócio do Benfica que avançou para tribunal para pedir a demissão de Luís Filipe Vieira, revelou que a ação (queixa cível) que o próprio apresentou contra o presidente do Benfica já teve avanços. “Vieira já foi notificado da ação que lhe movi para libertar o Benfica”, referiu Mattamouros. Trata-se de uma situação que o antigo vice-presidente encarnado Braz Frade diz que não intimida, enquanto associado, relativamente a eventuais situações do emblema da Luz que podem vir a público.

"Já estou habituado a ver a 'roupa interior' do Benfica na praça pública. Houve um senhor que roubou 13 anos de correspondência ao Benfica e colocou tudo cá fora. E não encontraram nada de especial até agora, pelo menos que a gente tenha visto", comentou Braz Frade, rejeitando a conversa "dos padres" nos emails.

"Não foi o Benfica que escreveu [a conversa] dos padres. Foi uma pessoa de fora do Benfica. Eu também posso escrever uma carta para o FC Porto a dizer as últimas. Isso não tem nada que ver com o Benfica. Não estou a dizer que aprovo ou não. Estou a dizer que não foi o Benfica", afirmou o antigo dirigente encarnado, criticando novamente Jorge Mattamouros.

"O doutor Mattamouros quer lavar a roupa toda cá fora. O que ele acusa é grave. Nem era preciso provar todas, basta uma ou duas e há demissão. Mas já disse que tenho dúvidas que consiga provar", salientou Braz Frade.

Para o ex-dirigente do clube lisboeta, se a ação de Jorge Mattamouros tiver sucesso e levar à queda de Luís Filipe Vieira do cargo de presidente do Benfica, então o Ministério Público ficará 'em cheque'.

"Então não percebo o que anda a fazer o Ministério Público há muitos anos em Portugal. Ele diz que tem provas. O Ministério Público já investigou aquilo 150 vezes. O Benfica está sob investigação há não sei quantos anos", referiu Braz Frade, acreditando na justiça.

"Olho para isto e digo que, se isto tiver fundamento, mesmo que a justiça demore, vai chegar", salientou, na CMTV, acrescentando que vê esta queixa cível de Mattamouros como "uma luta pelo poder e este senhor é um instrumento".

Até ao momento, Luís Filipe Vieira não falou sobre este processo, ao contrário da direção do Benfica. A administração do clube da Luz já fez notar o seu descontentamento em relação a esta iniciativa do associado Jorge Mattamouros. 

Na reação, o Benfica disse que a direção liderada por Luís Filipe Vieira ficou “profundamente indignada”. "Para agredir o Benfica, por via judicial, basta ter papel, lápis, advogado e pagar as custas. Como se vê, toda a calúnia pode chegar a Tribunal, mesmo que desprovida de qualquer fundamento”, reagiu o clube lisboeta, em comunicado.