Prolongamento
"Mesmo que o Amorim pense que tem poder, a decisão é sempre do Varandas"
2022-01-19 22:25:00
"Não acho que Amorim tenha carta branca", diz Bacelar Gouveia, antigo presidente do Conselho Fiscal do Sporting

Desde que Rúben Amorim chegou a Alvalade que tem sido encarado praticamente como uma espécie de D. Sebastião, o 'desejado', pelas equipas que enfrentam dificuldades e se cativam pela forma de comunicar e de colocar o Sporting a jogar. Com Rúben Amorim, o leão já foi campeão nacional, vencedor da Taça da Liga, da Supertaça Cândido de Oliveira e ultrapassou a fase de grupos da Liga dos Campeões num grupo que tinha equipas como o Ajax e o Borussia Dortmund.

Por conseguinte, vários têm sido os elogios ao treinador verde e branco e mesmo nas derrotas, que têm sido poucas nas duas últimas épocas, a equipa revela rendimento logo em seguida, ultrapassando as dificuldades, com o treinador a colocar sempre o acento tónico no coletivo, desde jogadores à sua equipa técnica.

Tudo somado deixam Rúben Amorim numa espécie de pedestal para muitas figuras ligadas ao universo verde e branco do passado, desde antigos jogadores, ex-treinador e dirigentes, que se mostram rendidos ao técnico da equipa principal.

Em recente entrevista, o próprio presidente Frederico Varandas deixou elogios ao treinador e assegurou que não equaciona o cenário de perda do técnico para outro emblema.

A propósito, Frederico Varandas chegou mesmo a reiterar que foi autor de uma jogada de antecipação ao contratar Rúben Amorim ao SC Braga, em março de 2020, dado que o técnico estaria, no dizer de Varandas, 'reservado' para o rival Benfica, clube que Amorim representou enquanto futebolista durante várias épocas e onde conquistou diversos troféus.

No entanto, aqui chegados, Bacelar Gouveia, antigo presidente do Conselho Fiscal do Sporting, em declarações ao jornal O Jogo, trata de esclarecer que apesar das palavras de Frederico Varandas em relação a Rúben Amorim, este foi "elogiado, mas não tem carta branca".

"O presidente elogiou Rúben Amorim e mesmo que o técnico pense que tem poder por essas palavras, a decisão é sempre do presidente. Foi um discurso de apoio, é necessário, de sintonia. Não acho que Amorim tenha carta branca", esclareceu o antigo dirigente leonino.

Sobre outros tópicos da entrevista de Frederico Varandas, Bacelar Gouveia diz que não ficou incomodado com as palavras do presidente sobre os rivais.

"Penso que as palavras aos rivais foram adequadas. Há dois tipos de linguagem: a técnica e a simbólica. Varandas tem as duas", enalteceu o antigo dirigente verde e branco, apontando ainda para a relação de Varandas com os grupos organizados de adeptos.

"Quanto à relação com as claques, esta é sempre emotiva, mas é fundamental", comentou Bacelar Gouveia sobre um tema que Varandas tratou de desdramatizar. "Não têm de gostar do presidente, têm de gostar das equipas, de apoiar, e nas eleições votam", disse o presidente à CNN Portugal.