O Benfica enfrenta tempos agitados com a direção de Luís Filipe Vieira a ser contestada. O ato eleitoral de outubro de 2020 tem vindo a gerar dúvidas, desde essa altura a esta parte, na oposição à atual direção e Francisco Benítez, líder do Movimento Servir o Benfica, que se candidatou na lista de Noronha Lopes a presidente da Assembleia Geral, reage com repúdio à ideia avançada, nas últimas horas, por parte do novo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica, e que teve a concordância da direção, de contar os votos físicos colocados em urna e auditar o sistema eletrónico de votação. 

Francisco Benítez não considera que seja credível a contagem dos votos depositados em urna nove meses depois da realização do ato eleitoral. "Quando se iniciou este processo de pedir uma Assembleia Geral Extraordinária nunca colocamos em questão da recontagem dos votos porque sabemos desde o princípio que, com urnas que são violáveis, toda a credibilidade da contagem dos votos iria dissipar-se à medida que os dias fossem passando", salientou Francisco Benítez.

"Não é ao fim de nove meses que se chega com uma manobra muito pouco séria que agora se vão contar os votos de urnas que são perfeitamentes violáveis como toda a gente viu", acrescentou o associado do Benfica.

Em declarações na Antena 1, Francisco Benítez diz que isto mais não é que "um atestado de menoridade aos sócios do Benfica porque os sócios do Benfica sabem o que querem e cumprem os estatutos".

"Os sócios do Benfica quando fizeram o requerimento [para a realização de uma Assembleia Geral Extraordinária] sabiam exatamente o que queriam fazer e como iriam fazer, segundo a vontade dos sócios, e não segundo a vontade de uma das partes interessadas", esclarece Francisco Benítez.

O associado critica a forma de atuar dos órgãos sociais do clube da Luz e lamenta que os estatutos do clube fiquem em causa. "Os estatutos são feitos à medida para estes órgãos sociais e, mesmo assim, não são cumpridos. Não cumprem e não querem saber o que lá está escrito", lamenta o antigo candidato a presidente da Mesa da Assembleia Geral dos encarnados.

"Esta direção e estes órgãos sociais demonstram uma 'navegação à vista' de não saber exatamente para onde estão a ir, o que estão a fazer e, acima de tudo, demonstram uma falta de benfiquismo a toda a prova", insisitiu Francisco Benítez, declarando que o grupo de associados que avançou com o pedido de marcação de uma Assembleia Geral Extraordinária quer que exista um regulamento eleitoral para evitar situações como aquelas que o clube enfrenta atualmente.

"Queremos, acima de tudo, definir e que seja aprovado pelos sócios um regulamento eleitoral que, de uma vez por todas, defina como é que os atos eleitorais vão ser executados para os órgãos sociais do Benfica".

Noronha Lopes, que concorreu contra Luís Filipe Vieira e Rui Gomes da Silva à direção, já reagiu às recentes novidades. O ex-candidato recusa participar na "farsa" e diz que os sócios estão "sem esclarecimentos sobre um ato eleitoral que envergonha os benfiquistas" há vários meses.

E para o atual momento encontra um responsável. "O seu responsável é Luís Filipe Vieira, um suposto líder que se esconde dos sócios e manobra nos bastidores", acusa João Noronha Lopes.