Os tempos mais recentes no futebol português têm sido ensombrados por operações de buscas das autoridades em diversos pontos do país e em variados clubes, com múltiplos suspeitos. Se há uns meses foi Luís Filipe Vieira, na altura presidente do Benfica, ele que entretanto deixou o cargo que é agora ocupado por Rui Costa, que venceu o último ato eleitoral, nos últimos dias os inspetores da Polícia Judiciária e da Autoridade Tributária visitaram as instalações da SAD do FC Porto e também de outros emblemas e entidades.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) tem revelado estar particularmente ativo na tentativa de 'passar a pente fino' os negócios e transferências no futebol português, dos últimos anos, e que possam envolver diversos agentes e entidades, coisa que para José Sousa, antigo futebolista, deve ser encarada com confiança, enquanto as investigações vão decorrendo.

O antigo jogador destaca a necessidade de as autoridades realizarem o seu trabalho na busca da verdade para que os negócios fiquem esclarecidos para todos. "Já me perco, as operações são tantas", confessou José Sousa.

Em declarações no canal Sport TV, o antigo atleta de futebol sustentou ainda que espera que, no final das investigações, "tudo seja apurado e exista verdade naquilo que são as ações de clubes, empresários e quem quer que seja" nas investigações que estão em curso por parte das autoridades portuguesas.

O ex-jogador José Sousa lembra ainda que os cidadãos devem ter as contas com o fisco regularizadas e entende que os clubes e outras figuras ligadas aos negócios do futebol também o devem fazer, quando e se tal não acontece.

"Se nós, enquanto contribuintes individuais, somos penalizados quando cometemos erros, as grandes empresas quando cometem erros também têm de ser penalizadas", comentou José Sousa.

"Se não cometeram [irregularidades], vai ser averiguado, maravilha, ótimo. Tem é que ser esclarecido", desafiou o antigo jogador de futebol sobre um tema que tem marcado a atualidade desportiva, nos últimos tempos, em Portugal.

Na operação mais recente, recorde-se, as autoridades, segundo já confirmaram, suspeitam de "negócios simulados, celebrados entre clubes de futebol e terceiros, que tiveram em vista a ocultação de rendimentos do trabalho dependente, sujeitos a declaração e a retenção na fonte, em sede de IRS, envolvendo jogadores de futebol profissional".

As autoridades já fizeram também saber que as investigações estão a tentar perceber o circuito financeiro de "valores envolvidos" que "rondarão os 15 milhões de euros".