Em dia de assembleia-geral extraordinária, com as eleições no horizonte e a marcar a atualidade do Benfica, Gaspar Ramos defendeu que Rui Costa não deveria avançar com uma candidatura. O antigo dirigente fala em tentativa de aproveitamento do antigo futebolista e atual presidente. Sendo Rui Costa um símbolo do clube, acarinhado pelos adeptos, apresenta-se como o rosto perfeito de uma lista que garanta a continuidade de muitas pessoas que estão na direção dos encarnados.

"Acho que, tal como Luís Filipe Vieira fez - utilizou muito a imagem de Rui Costa -, há gente dentro do Benfica que pretende continuar e está a fazer o mesmo que Vieira fez: usar Rui Costa", acusa Gaspar Ramos.

Nesse sentido, considera, Rui Costa não deveria apresentar-se como candidato. Apesar de ter grande respeito pelo ex-futebolista, Gaspar Ramos não vê em Rui Costa o presidente ideal do Benfica. Até porque, alega, não basta ter sido um grande futebolista para ser um grande presidente. "Rui Costa foi um grande jogador, mas para se ser presidente do Benfica é preciso muito mais", diz o antigo vice-presidente encarnado, nesta entrevista.

Gaspar Ramos vai mais longe e diz que "se Rui Costa, se for uma pessoa inteligente – e reconhecendo que cada pessoa, para estar num determinado lugar tem de ter a capacidade necessária para o desempenhar –, não vai a eleições".

"Não deveria ir. Normalmente, não deveria ir. Conheço muito bem o Rui Costa, tenho muita consideração por ele, mas, para bem da imagem dele, não deveria avançar", considera o antigo dirigente, em declarações à Antena 1.

Certo é que Rui Costa deverá mesmo apresentar-se a eleições. O presidente do clube da Luz ainda não formalizou a candidatura, mas tem um 'tapete vermelho' para a permanência no cargo, desta vez legitimado pelo voto dos associados, já que é dirigente máximo depois da saída de Luís Filipe Vieira, nas últimas eleições.

E a propósito de eleições, Gaspar Ramos defende uma alteração do regulamento eleitoral, com mudanças que se estendam, por outro lado, aos estatutos do Benfica.

"Aquilo que se passou na última assembleia de voto foi francamente mau. Nesse sentido, é preciso alterar o regulamento, para que a situação se apresente clara a todos os sócios. Vamos ver como as coisas vão evoluir. Estou convencido, pelo que vejo, de que as alterações não vão atingir os objetivos que se pretendem. Também eram necessárias alterações nos estatutos, para que as coisas se compusessem, com mais transparência", conclui Gaspar Ramos.